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Técnicos da universidade de minas avaliam a experiência do mosquitrap em santos

Publicado: 29 de setembro de 2004
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A armadilha de captura de mosquitos Aedes Aegypti, a MosquiTrap, idealizada por pesquisadores da Universidade de Minas Gerais demonstrou na experiência de campo realizada em Santos, neste ano, ser importante instrumento adicional de informação ágil sobre a existência do mosquito adulto transmissor da dengue, permitindo, de forma veloz, que áreas de maior infestação sejam mais facilmente identificadas. Essas informações permitem ações mais rápidas para o bloqueio e eliminação de criadouros. A grande vantagem desse método, ainda em fase de pesquisa em mais nove municípios brasileiros, é a agilidade de informações no processamento de dados e a economia de recursos humanos com a redução do tempo de trabalho dos agentes da dengue. As informações envolvendo os mosquitos capturados e respectivos índices de cada área são digitadas em planilhas eletrônicas (palm-top), eliminando-se as etapas de transposição manual de dados. Também permite a geração imediata de tabelas, gráficos e mapas digitais com os indicadores de risco e a presença do vetor nas áreas monitoradas. Essas foram algumas das avaliações preliminares da pesquisa realizada em Santos, de março a julho deste ano, no bairro da Ponta da Praia, onde foram colocadas as armadilhas experimentais em 88 quarteirões. Numa abrangência de 15 mil imóveis, a maioria residenciais, houve o acompanhamento semanal de equipe especialmente treinada. A equipe, liderada pelo professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Álvaro Eduardo Eiras, esteve em Santos neste mês, apresentando à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), assim como representantes do Ministério da Saúde, os resultados preliminares da experiência do Mosquitrap em Santos. Ele fez questão de salientar a grande colaboração dada pela SMS, fornecendo funcionários e equipamentos, e as facilidades criadas pela Prefeitura, que determinaram o sucesso do estudo. Com tanto apoio, as dificuldades foram facilmente resolvidas, comentou o professor Álvaro Eiras. Muito em breve, em fórum que será realizado pelo Programa de Controle e Prevenção da Dengue, em Santos, esses resultados serão apresentados à sociedade. PONTOS FAVORÁVEIS Esse novo método de avaliação de infestação do vetor da dengue foi comparado com outros já em uso no Município, entre as quais da ovitrampa (que captura ovos do mosquito) e de pesquisa larvária durante o período do estudo. A vantagem do Mosquitrap é que o sistema informatizado permite, além da agilidade, a geração de novos mapas temáticos, tais como a visualização rápida dos casos de dengue notificados, circulação viral e mosquitos infectados, em diferentes semanas e nas áreas pesquisadas. As diferentes armadilhas foram colocadas nos mesmos quarteirões analisados. Não houve correlação envolvendo a presença do mosquito, nos diferentes métodos. Mas para chefia do Departamento de Especialidades da SMS, o estudo desenvolvido pela Universidade de Minas traz uma vantagem inegável, que é o resultado em tempo real. A PESQUISA Agentes especialmente treinados pela equipe da universidade atuaram durante três meses em campo, utilizando palm-top para a transmissão de dados sobre a coleta dos mosquitos capturados, passando também informações adicionais sobre temperatura, chuvas e outras ocorrências. Não houve constatação de que a elevação da temperatura influenciasse no aumento da presença do mosquito vetor da dengue, como sempre se supôs, e constatou-se que após duas ou três semanas de muita chuva, cesce a presença do Aedes. Já na questão da captura, ficou claro que no bairro da Ponta da Praia, a presença do vetor da dengue, especialmente fêmeas com ovos fecundados, prevalece em relação as outros mosquitos capturados, como o Aedes albopictus. O uso de equipamento inteligente (dispositivos de computação móvel) permitiu a elaboração do mapeamento da situação de cada área, possibilitando a visualização completa da evolução da infestação, semana, a semana, em cada quarteirão. Santos foi o primeiro município no Estado a colaborar com a pesquisa que agora acontece em outras nove cidades do País, com situações diferentes de clima, temperatura, chuvas, e posição geográfica. A equipe estará atuando nos próximos meses em Fortaleza, Natal e Terezina, e, até setembro, também haverá estudos em cidades do Centro-Oeste, como Goiânia, e do Sul do País, como Joinville e Foz do Iguaçu.