Sinfônica está próxima de completar dez anos de existência
Quando o maestro Luís Gustavo Petri (Guga) entrar no palco do Teatro Municipal Brás Cubas, no mês de julho, para comandar mais um concerto da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos (OSMS), a Cidade estará em festa e orgulhosa por ser uma das poucas no País a poder comemorar os dez anos de existência, ininterrupta, de uma Sinfônica premiada. Criada oficialmente por lei em agosto de 1994 e estreando em concerto no dia 15 em julho de 2005, a OSMS, mantida pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), é considerada hoje uma das melhores orquestras do País. Tanto, que recebeu o prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), como exemplo de trabalho e qualidade entre as orquestras criadas no Estado de São Paulo. Ao todo, de 1995 até hoje, foram realizados 92 Concertos Oficiais, 81 Populares e 63 do Projeto Dó-Ré-Mi, no qual foram atendidas 180 instituições, totalizando 35 mil jovens. Para o maestro Guga isso tudo é fruto de um trabalho coletivo, dos músicos, das pessoas que estão ligadas diretamente à Sinfônica, e de todos os funcionários da Secult. Ele lembra que em 1995, "a OSMS se apresentou com apenas 16 músicos, e hoje já conquistou um espaço invejável no meio musical brasileiro". VIOLONCELISTAS "Tocar numa orquestra pública é sempre um privilégio. É um orgulho para quem é da Cidade, como eu", revela, emocionada, Rossana Gomiero Fonseca, que toca violoncelo na Orquestra desde a criação. "Costumo falar para as pessoas que vêm nos cumprimentar após os concertos, que na verdade elas sim, que deveriam receber os aplausos, porque afinal a OSMS só existe por causa delas". Fábio Pellegatti, também violoncelista e integrante da Sinfônica desde 1998, destaca a evolução musical, a qualidade que a Orquestra vem conseguindo com o passar dos anos e fala da experiência de ter tocado como solista. "É uma experiência diferenciada. Favorece muito o aperfeiçoamento individual, e nos dá incentivo para continuar fazendo sempre o melhor dentro do grupo". MUITOS CONCERTOS Regida e coordenada pelo maestro Petri, a OSMS conta com 42 instrumentistas, desenvolvendo um trabalho com o objetivo de divulgar a música erudita a toda população. Em seu repertório estão incluídas obras de compositores consagrados, dando ênfase também a autores brasileiros e contemporâneos. As apresentações são divididas em quatro projetos: Concertos Oficiais, realizados no Teatro Municipal Brás Cubas; Concertos Populares, feitos nos bairros e em outras cidades da região para aproximar a orquestra da comunidade; Conversas Musicais, no qual o regente explica à platéia as obras e a história dos compositores; e o Projeto Dó-Ré-Mi, criado para estimular crianças e jovens a apreciar a música erudita. Projetos especiais também marcaram a história da OSMS. Dentre as principais realizações, destacam-se: a estréia mundial da ópera Café, de H-J Koelreuter (1996); a ópera La Traviata (2002); a Nona Sinfonia de Beethoven (2004) e espetáculos ao ar livre, com grandes nomes da MPB como Ivan Lins (2000), Emílio Santiago (2003) e Guilherme Arantes (2005). Além disso, a Sinfônica criou e é responsável pela organização do Concurso Nacional de Composição Gilberto Mendes, que tem como objetivo a divulgação do trabalho de compositores contemporâneos brasileiros.