Simpósio sobre mortalidade destaca importância do atestado de óbito
O atestado ou declaração de óbito é a fonte para a produção de estatísticas de mortalidade. O médico acha, muitas vezes, que aquele documento só serve para enterrar um cadáver e mais nada, lamentou o professor de epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP, Ruy Laurenti, nesta quarta-feira (4), durante o 1° Simpósio sobre Mortalidade e Vigilância Epidemiológica. Laurenti fez questão de ressaltar, para o lotado auditório da Associação dos Médicos de Santos, que a má qualidade do preenchimento do atestado de óbito ocorre no mundo todo, mas já foi pior. Há 20 anos, as causas de mortes mal definidas no Brasil atingiam 25%. Hoje caíram para cerca de 10%, revelou, atribuindo esta queda ao trabalho de conscientização que vem sendo realizado. Durante a palestra, o professor apresentou exemplos de casos que resultaram em morte, mostrou como foram preenchidos os atestados médicos destes pacientes e a maneira correta de expedir o documento, com destaque para a causa básica. Lembrou que estas informações servem até para solucionar epidemias. Muitos atestados, em que a causa da morte seria acidente, resultado de uma queda, e a pessoa ficou internada por causa de uma fratura, e tem uma conseqüente pneumonia, acabam inflando o índice de causas mal definidas, declarou o coordenador do departamento de Vigilância e Programas de Saúde (Depro) da SMS, Sidney Costa Gaspar. Participaram, ainda, do encontro Maria Helena Prado Mello Jorge, da USP; Luiz Patrício Ortiz, da Fundação Seade; Nelson Mattos Tavares, da Santa Casa de Santos e Hospital Guilherme Álvaro; Walter Paiva Cruz, da Beneficência Portuguesa; Dácio de Lyra Rabello Neto, do IML; e Marli Bueno, da Secretaria de Estado da Saúde.