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Setembro Verde: profissionais conscientizam sobre doação de órgãos em simpósio em Santos

Publicado: 28 de outubro de 2024 - 19h42

Capacitar profissionais e esclarecer dúvidas da população sobre a doação de órgãos e tecidos no Município. Estes foram os principais objetivos do ‘4º Simpósio Setembro Verde’, que ocorreu no dia 11), na Associação Comercial de Santos (Centro Histórico). A iniciativa da Seção de Captação de Órgãos e Tecidos (Secapt), da Secretaria Municipal de Saúde, contou com a participação de autoridades santistas e convidados com notoriedade sobre o tema.

O evento, que tem como parceiros a Secretaria de Saúde do Estado, é voltado a profissionais e estudantes da área da saúde e faz parte da programação do Setembro Verde, mês que visa a conscientização da doação de órgãos. 

Dividido por etapas, o simpósio abordou temas importantes para o assunto, como o processo de doação de córneas, tecidos e órgãos, diagnóstico de morte encefálica - situação que, quando constatada, há a possibilidade de transplante - e a atuação do Centro Estadual de Transplantes (CET) - estrutura responsável pela coordenação das atividades de transplantes em todo o estado.

Além disso, os participantes assistiram a uma mesa redonda que discutiu a relação entre religião e a doação de órgãos com representantes das igrejas católica, anglicana, evangélica e do candomblé e a apresentação do Instituto Deixe Vivo, focado em incentivar cada vez mais pessoas a se declararem doadoras. 

“O profissional de saúde é peça-chave nas etapas de doação do transplante. Por isso buscamos, o ano todo, o treinamento e a capacitação constante de quem está à frente desse processo. Abrangemos a parte técnica e religiosa, além de toda a comunidade, para uma sensibilização completa. O simpósio, com autoridades no assunto, mostra a importância de cada vez mais debatermos o tema”, observou Danielle Caliani Barbosa Machado, chefe da Secapt.

COMUNICAÇÃO É IMPORTANTE

Durante o encontro, o público também tirou dúvidas sobre os critérios técnicos durante as etapas de um transplante e uma delas, segundo o Coordenador de Enfermagem da Organização de Procura de Órgãos da Unifesp, Ricardo Félix, é a principal entre a população. “A questão sobre o familiar autorizar ou não a doação dos órgãos do possível doador é bastante comum. Existem conflitos entre parentes e é importante que uma conversa seja realizada para que todos os envolvidos estejam cientes da sua vontade. Às vezes, acontece de a família nem saber se é ou não o desejo do falecido, por isso, a comunicação em vida é de extrema importância para que a nossa equipe consiga viabilizar esse processo de transplante de forma menos complicada”, explicou. 

Durante o encontro, o enfermeiro ainda exibiu um gráfico que ilustrava a sua fala. No País, a média atual é de 42% de recusa familiar, sendo a principal causa da não doação de órgãos. Vale ressaltar que o transplante só pode ocorrer com a autorização expressa do cônjuge ou de um parente até o segundo grau. 

CONSCIENTIZAÇÃO

Mas para a Diretora Médica do Banco de Olhos do Hospital São Paulo, Ludmila Nascimento, também palestrante, eventos como o simpósio só colaboram para que cada vez mais tenham multiplicadores de informações sobre o tema na Cidade e no estado e, como decorrência, mais aceitação sobre o transplante. A profissional revelou que, atualmente, há 29 mil pessoas aguardando a doação de córnea no País. 

“Hoje eu trouxe dados sobre o transplante de córnea no nosso país, mas, para que cada vez mais pessoas tenham acesso ao procedimento e à informação, é importante que a gente consiga reunir familiares de potenciais doadores e profissionais da saúde, para que saiam dessas ocasiões com conscientização. A demanda triplicou no Brasil e a nossa campanha não pode parar”, afirmou Ludmila.

RECONHECIMENTO

No Brasil, o transplante de órgãos é financiado integralmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), considerado um dos melhores sistemas de transplante do mundo. E, para sensibilizar a população e profissionais da saúde sobre o procedimento, Santos conta com a Secapt, criada pela Prefeitura em 2009 e que, desde a sua criação, vem realizando entrevistas com familiares de possíveis doadores.

Com isso, a Cidade ficou conhecida como Amiga dos Transplantes, sendo a única do País com uma seção própria voltada à captação de órgãos e tecidos nos serviços municipais de saúde e vinculada a uma Secretaria de Saúde. Nos outros municípios brasileiros que contam com esse serviço, a captação é subordinada a hospitais. 

Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS