Servidoras municipais ganham direito a 180 dias de licença-maternidade
O incentivo à amamentação exclusiva com o leite materno durante os seis primeiros meses de vida do bebê ganhou um importante incentivo nesta segunda-feira (31), quando o prefeito João Paulo Tavares Papa sancionou a lei complementar que estabelece 180 dias de licença-maternidade para as servidoras da prefeitura de Santos. O aumento de mais 60 dias é extensivo também para as mães que já estão gozando da licença. A medida santista é pioneira na região e representa uma importante conquista para as 7.169 mulheres que compõem o quadro de funcionárias públicas municipais, o que totaliza 64% dos funcionários, conforme destacado na solenidade de assinatura da lei no salão nobre do Paço, que reuniu autoridades, lideranças em direitos das mulheres e crianças, profissionais do setor de saúde, funcionários e comunidade em geral. A novidade foi ressaltada pelo prefeito Papa como mais uma etapa vencida da atenção integral à infância priorizada pelo poder público municipal, por meio do programa Santos Criança. Esta é uma medida aparentemente simples, mas que vai fortalecer a família como um todo. Faz parte do norte do nosso governo, o Santos Criança, que lançamos com a meta de obter importantes conquistas, como a redução da mortalidade infantil. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), na cidade, 58,9% das mães amamentam exclusivamente seus filhos com o leite materno até os quatro meses de vida, enquanto 48,6% o fazem até o sexto mês. O objetivo é aumentar este índice. As crianças alimentadas com o leite materno têm menos infecções, diarréias e pneumonias. Elas ficam menos doentes. Além disso, é comprovado que o cérebro da criança se desenvolve mais durante os seis primeiros meses de vida, o que justifica esta necessidade tão importante do vínculo mãe e filho, destacou o secretário municipal Odílio Rodrigues Filho. A novidade foi celebrada pelas gestantes e mães que serão beneficiadas. Regina Célia Raposo de Oliveira, funcionária da Secretaria de Administração, não escondia de ninguém a emoção em saber que terá mais três meses para estar mais próxima do pequeno Pedro. Foi a melhor coisa que podiam ter feito, pois este contato nos aproxima da criança e não há nada mais compensador no mundo. A opinião é compartilhada pela mãe de Lucas, de quase dois meses, Elaine Aparecida Costa Ramos Silva, funcionária da Secretaria de Saúde. Os médicos nos pedem para amamentar somente no peito durante seis meses, mas pra quem precisa trabalhar fora, amamentar nestes últimos dois meses era uma missão bem difícil. Agora vamos conseguir. Quem também está feliz pela nova facilidade em seguir à risca as recomendações do pediatra é Inês Cabrera Namora, funcionária da Secretaria de Educação (Seduc) e mãe de Isabela, que completará três meses no sábado (5). Estava me programando para tirar o leite e deixar armazenado para que minha mãe pudesse dar para a Isabela. Graças a Deus. agora tudo melhorou, inclusive pra mim, pois amamentar também é importante pra saúde da mulher. A alteração na lei foi igualmente comemorada por lideranças representativas para a infância e adolescência, como é o caso da médica Keiko Teruya, co-diretora do Centro de Lactação de Santos e consultora do Ministério da Saúde. Santos vive hoje um momento histórico. Esperamos que esta medida tão aguardada se estenda para outras cidades e sirva de exemplo para os empresários. A médica Regina Bragheto, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, também demonstrou sua satisfação. O futuro nos mostrará o quão precioso é este passo que Santos dá hoje à frente. Investir no vínculo materno-infantil é investir em adultos melhores. Também compôs a mesa a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Marlene Mota Zamariolli, e vereadores. CONQUISTA Beneficiária direta do decreto municipal, a operadora social Daniela da Silva Ramos Shimabuku, 37 anos, vinculada à Secretaria de Assistência Social, revela-se muito satisfeita com a iniciativa do Executivo. Afinal, está na 36ª semana de gestação de Pedro, seu segundo filho, ao lado de quem poderá ficar em tempo integral, durante seis meses, conforme preconizam os pediatras. É bom tanto para a mãe quanto para a criança. Dessa forma, você pode manter a alimentação exclusiva com leite materno e fortalecer o vínculo com seu filho, comemora a funcionária que completará 14 anos de prefeitura em agosto deste ano. Além disso, esta medida poderá servir de exemplo para outros municípios, beneficiando assim muitas futuras mães, opina Daniela.