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Serp cria novas opções de inserção social para seus pacientes

Publicado: 28 de outubro de 2004
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Mais dois pacientes da Seção de Reabilitação Psicossocial (Serp), da Saúde Mental do Município, ingressaram no mercado formal de trabalho, e desta vez num novo setor, o de atendimento a clientes nos postos de gasolina. A seção, que ganhou recentemente menção honrosa no prêmio Inclusão Social, da Associação Brasileira de Psiquiatria, pelos vários projetos voltados à formação e colocação no mercado de portadores de transtornos mentais, conseguiu empregar os pacientes Guilherme Bamondes, de 24 anos, e Osmar dos Santos Júnior, de 35 anos, no Posto de Serviços Automotivos Canal 7. No total, a Serp encaminhou ao mercado de trabalho mais de 100 pacientes dos cerca de 150 que freqüentam as diferentes oficinas de habilitação da SMS. Eles trabalham na separação do lixo limpo, na conservação de áreas verdes e produção de mudas e na comercialização de lanches, em trailers. E agora, nova perspectiva é aberta, no comércio. Para a diretoria da Serp, entre os grandes ganhos do projeto é a possibilidade de sociabilização do paciente. Além de ganhar o próprio dinheiro, eles criam novos laços afetivos, adquirem experiência e reconquistam a auto-estima. Guilherme, que está há quatro meses no posto de gasolina, afirma que adora o trabalho e que é maravilhoso estar empregado. Aqui tenho amigos por toda a vizinhança, me distraio, tenho meu próprio dinheiro e aprendo a fazer coisas novas. Já sei abastecer, lavar e até passar o cartão de crédito sozinho. Gilberto Silva, gerente do posto, afirma que os funcionários estão totalmente aprovados e que até já existem clientes que preferem ser atendidos por eles. Guilherme, que está aqui há mais tempo, fez inúmeras amizades, tem muita gente que prefere o serviço dele, porque é caprichoso. William Urso de Oliveira, proprietário do posto, vai mais além e incentiva outros empresários a criarem chances de trabalho aos usuários da Saúde Mental da SMS. Se cada empresário contratasse ao menos um paciente habilitado, a sociedade estaria melhor. Eles são exemplares, aplicados e responsáveis com horário. Sempre que ficam em dúvida sobre algum serviço perguntam e por isso erram menos. SERP A Serp, que fica na Rua Alexandre Martins, 129, na Aparecida, conta com uma equipe multidisciplinar formada por psicopedagoga, psicólogos, assistentes sociais e monitores que acompanham as oficinas terapêuticas e atividades de trabalho. Cerca de 150 pessoas são atendidas na Seção que visa melhorar a qualidade de vida dos pacientes realizando um melhor exercício de sua cidadania. A casa desenvolve o Projeto Terra, no qual estão inseridos os programas Adote uma Praça e Produção de Mudas e Venda de Plantas, no Jardim Botânico; o projeto Coleta Seletiva (Lixo Limpo) e o Cantina Sabor Saúde, junto ao complexo hospitalar da Zona Noroeste e também no Jardim Botânico. EMPREGO Um dos projetos mais importantes da Prefeitura, numa parceria da Prodesan SMS e Seac, é o da Coleta Seletiva. Além de beneficiar o Meio Ambiente, em razão da reciclagem do lixo limpo, colabora para a inserção social já que emprega portadores de transtornos mentais e usuários da Secretaria de Ação Comunitária. Mais de 150 toneladas de lixo limpo são recolhidos mensalmente nos bairros de Santos, e todo esse material é criteriosamente separado e selecionado pelos funcionários que atuam na Usina de Reciclagem, mantida pela Prodesan, no bairro da Alemoa. São 60 pacientes portadores de transtornos mentais, encaminhados pela Serp, e 23 pessoas que têm acompanhamento da Secretaria de Ação Comunitária. Eles ganham um salário mínimo e meio (R$ 390,00), mais cesta básica, vale transporte e refeição, já que almoçam no refeitório da empresa. Para muitos desses pacientes, o trabalho voltado à reciclagem do lixo representa a única fonte de renda familiar e a primeira experiência profissional com carteira assinada. Lúcia Aparecida Sangalett, de 48 anos, há 7 anos trabalhando na Usina, demonstra sua satisfação com a renda obtida e os benefícios sociais, mas elogia, sobretudo, o clima de amizade que conquistou na Seção de Reabilitação da Secretaria Municipal de Saúde. "Eles são a minha família", diz com convicção. Já Maria Ortência dos Santos, 45 anos, que está há 12 meses no local, explica que sair todo dia para o trabalho, conversar com os colegas a faz sentir-se viva, o que melhora muito sua auto-estima. Além do mais, a refeição oferecida é muito gostosa. Embora tenham independência para ir e vir ao trabalho, os pacientes que atuam nos diferentes projetos da Serp continuam a freqüentar as oficinas da Saúde Mental, não apenas para o acompanhamento médico, mas também para manter os laços com os técnicos de referência do programa.