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Seac retira 15 moradores de rua da linha férrea

Publicado: 15 de março de 2001
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Sofás, colchões, carcaças de fogões e geladeiras, restos de oferendas religiosas, entulho de obras e até animais mortos foram retirados, ontem (15), por três caminhões da Terracom durante o mutirão de limpeza e remoção da população de rua, realizado pela Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania, com apoio da Guarda Municipal e Terracom, no trecho da linha férrea da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), entre as ruas Manoel Tourinho e Campos Melo. A operação, que nos próximos dias se estenderá até o bairro do José Menino, na divisa com São Vicente, tem como objetivo principal retirar as pessoas que habitam todo o trecho da linha férrea e encaminhá-las aos equipamentos sociais da Prefeitura. Ontem, a ação orientada pela titular da Coordenadoria de Assistência e Proteção Social ao Adulto e Idoso, Gisela Ione dos Santos, cadastrou 15 moradores de rua que não aceitaram serem encaminhados para o plantão social da Seac ou para a Casa Aberta. Segundo Gisela, são poucos os que aceitam ser levados para os equipamentos mantidos pela Prefeitura. Existe uma resistência muito forte pelo fato de saber que terão que cumprir as normas da instituição, comentou, observando que grande parte dos que foram cadastrados já estão nas ruas há vários anos. COMPETÊNCIA O estado de abandono no trecho, entre as ruas Campos Melo e Silva Jardim, foi motivo de vários abaixo-assinados por parte dos moradores das duas ruas enviados a CPTM, que não adotou nenhuma providência para limpeza da área. Ao contrário, denunciou Lourdes Maria Cunha, que reside em um prédio na Rua Campos Melo, ao lado da linha férrea, mostrando um carnê, emitido pela CPTM, cobrando uma mensalidade de R$ 156,00 pelo fato dela ter utilizado uma parte do terreno para criar um jardim. É um absurdo. Os moradores estavam cuidando do local com autorização da própria CPTM que resolveu cobrar pelo nosso trabalho, quando, na verdade, a empresa era que deveria manter o local limpo, afirmou, garantindo que não irá pagar o que foi estipulado. Também revoltados com a situação estão a moradora Maria Aparecida Teixeira e o pastor da Igreja Evangélica da Paz, Natanael Rinaldi. Além do mato, mau cheiro e do grande número de desocupados, somos obrigados a conviver com um autêntico depósito de lixo, que atrai ratos e baratas para todas as casas, comentou Maria, ressaltando que os moradores não sabem a quem recorrer para denunciar o estado de abandono do local, uma vez que a CPTM garante que essa é uma obrigação da Ferrovias Bandeirantes (Ferroban), que utiliza a linha férrea para o transporte de produtos. Já o pastor, que providenciou a limpeza do terreno ao lado da igreja, entre as ruas Campos Melo e Manoel Tourinho, está aguardando uma autorização da CPTM para criar um jardim em toda a área. Temos interesse de colaborar, mas o mesmo não está acontecendo com a outra parte, observou Natanael, ressaltando que já entrou em contato com o Horto Municipal Chico Mendes para fornecer as plantas para o jardim.