Saúde intensifica atenção a casos suspeitos de leptospirose

Se você caminhou por locais alagados e depois de 15 a 25 dias se sentir febril, com mal-estar geral e dores musculares intensas, sobretudo na panturrilha das pernas, procure imediatamente um serviço médico. Você pode ter contraído leptospirose, doença infecciosa aguda causada por uma bactéria transmitida principalmente pela urina de ratos. O alerta foi dado nessa segunda-feira (17) por uma representante da Seção de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), diante das fortes chuvas registradas no domingo (16). Os casos de leptospirose são mais comuns no verão, quando ocorrem chuvas normalmente rápidas e intensas. A leptospira penetra no organismo por meio de pequenos ferimentos, pelas mucosas do nariz ou da boca, ou pela ingestão de água e alimentos contaminados, provocando insuficiência renal e hepática. Não existe vacina para a doença, que em sua forma mais grave pode provocar icterícia (olhos amarelados), meningite e levar à morte. Também são freqüentes dores abdominais, náuseas, vômitos e diarréia, podendo provocar desidratação. É comum os olhos ficarem avermelhados e alguns doentes podem apresentar tosse e faringite. Em alguns pacientes os sintomas podem ressurgir após dois ou três dias de aparente melhora. Nesse período, é comum aparecer manchas avermelhadas pelo corpo e, em alguns casos, ocorrer meningite. O tratamento é feito principalmente com hidratação, devendo-se evitar medicamentos para dor ou febre que contenham ácido acetil-salicílico, que podem aumentar o risco de sangramentos. Os antiinflamatórios também devem ser evitados. Os pacientes com leptospirose sem icterícia são normalmente tratados em domicílio, devendo ser internados os que apresentam esse sintoma ou desenvolvem meningite. No ano passado, a SMS registrou 47 notificações de leptospirose, 10 das quais confirmadas – cinco pacientes eram de Santos (dois morreram), quatro de São Vicente e um de Mongaguá. Em 2003, foram 54 notificações, com 20 casos confirmados, dos quais sete de Santos, registrando óbito de um morador do Saboó e outro do Jardim Castelo.