Saúde avança com agentes comunitários
O Morro do Tetéu está com um diferencial que afeta a vida dos 1.876 moradores. Há cinco meses Janaína Goss, Rosana de Deus e Priscila dos Santos são referência da UBS (Unidade Básica de Saúde) da Vila São Jorge e Caneleira no morro. Elas moram no local e fazem parte dos 30 profissionais do Pacs (Programa de Agentes Comunitários de Saúde) contratados, recentemente, pela prefeitura. Atuando como elo entre comunidade e a unidade, as agentes fazem trabalhos de prevenção, esclarecimento de dúvidas sobre programas, aviso de palestras e até marcação de consultas no caso de usuário debilitado. Cada uma atende cerca de 600 pessoas com visitas mensais. Marinheira de primeira viagem, a gestante Catiane dos Santos usufrui tudo a que tem direito. Na visita do último dia 25, a agente Janaína não deixou escapar nenhuma pergunta sobre o estado de saúde da usuária, avisou sobre o início da campanha 'Fique Sabendo' e da palestra para gestantes prevista na unidade. 'É um trabalho muito bom para a gente. Antes eu precisava ir até a unidade buscar informações que hoje chegam na porta da minha casa', comentou Catiane, que recebeu um folheto sobre amamentação. Com a inserção de agentes nesse morro, a área abrangida pela unidade no programa passa de 50% para 65%, segundo a SMS (Secretaria de Saúde). Além dessas jovens, existem mais nove agentes que trabalham na unidade em outras microáreas. Atualmente, os morros são os principais alvos. Além do Morro do Tetéu, as novas abrangências são os morros do Marapé, Jabaquara, São Bento, além dos bairros Rádio Clube e Vila Santa Casa. O trabalho dos agentes é atrelado ao da equipe da unidade, com reuniões semanais sobre as visitas realizadas. A importância do trabalho foi sentido pela agente Priscila nos primeiros dias de atuação, quando a moradora Maria José Ferreira teve um derrame em casa. 'Durante o período de repouso, eu trouxe remédio toda semana para ela e até hoje marco as consultas, pois o acesso da sua casa é mais complicado'. Quanto à moradora, só elogios: 'Como minhas filhas trabalham o dia todo só conto com as agentes. Priscila é meu anjo da guarda'. Esse tipo de trabalho que envolve muitas histórias acontece nas UBS desde 2005. Baseada em sinalizações sociais e de doenças, a SMS avalia e formata a inserção dos agentes nos territórios. Hoje, estuda-se a necessidade de ampliação de unidades em novas áreas ou remanejamento dos agentes. No total, são 153 profissionais distribuídos em 16 UBSs que cobrem 66% da Zona Noroeste, 33% do Centro, 45% dos morros e 25% da orla, sem contabilizar os agentes comunitários que atuam nas USF (Unidades de Saúde da Família).