Santos zera transmissão materno-infantil de hiv
O Programa de Controle de Transmissão Materno Infantil do HIV (PCTMI), implementado em 1997, pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), alcançou posição de destaque nos índices obtidos em todo País. No ano passado, nenhuma criança nasceu infectada pelo vírus HIV, embora cada bebê nascido de mãe soropositiva deva ser acompanhado pelo período de 18 meses para uma avaliação definitiva. Segundo dados do Ministério da Saúde, a incidência da TMI alcançou 16%, ano passado em todo País, fato que realça o sucesso do programa em Santos. O resultado expressivo é fruto de um trabalho sério da SMS, por meio da Coordenadoria de DST/Aids/Hepatites, com acompanhamento rigoroso das gestantes, oferecimento de testes anti-HIV, e tratamento com anti-retrovirais durante a gestação e no momento do parto. Após o nascimento a criança também recebe AZT, além de outros cuidados proporcionados por equipe multiprofissional na Senic. Além dessas medidas preventivas, o Programa passou a recomendar o parto cesárea, a partir do ano 2000, para gestantes com alta carga viral (mais de mil cópias), o que diminui a possibilidade de transmissão de HIV. O passo seguinte foi montar consultório ginecológico com equipe multidisciplinar (ginecologista, psicólogo, assistente social e enfermeiro) na própria sede da Seção Núcleo Integrado da Criança (Senic), onde são tratadas as crianças e mães soropositivas. Em 2002, novas ações de controle foram adotadas. As maternidades passaram a adotar o teste rápido para avaliar as gestantes que não realizaram o pré-natal. Só em 2003, o teste de detecção de HIV foi oferecido a 3520 gestantes, não sendo registrada nenhuma recusa. O uso do teste rápido em 2003 ficou em torno de 20%, superando a meta de 15% que o Ministério da Saúde preconiza. Além das medidas de prevenção voltadas ao recém-nascido, o Senic passou a contar, a partir de 2003, com infectologista para atender a mães de crianças matriculadas no serviço, assim como as gestantes. NÚMEROS EM QUEDA A redução dos casos de TMI foi gradativa. Em 1997, de 59 mães soropositivas, 12 bebês nasceram contaminados. No ano seguinte, das 48 mães, oito crianças nasceram com o HIV. A partir de então, houve uma queda significativa com apenas um caso de infecção anual, chegando, a 2003, com a transmissão vertical zerada. Para a Secretaria de Saúde, esse resultado é fruto de trabalho eficiente e responsável da equipe do programa e da conscientização gradativa das gestantes. Estima-se que a possibilidade de uma mãe soropositiva infectar seu filho na gestação, durante o trabalho de parto ou por meio da amamentação varia de 15 a 30%.