Santos apresenta baixa incidência de hanseníase
No Brasil, a hanseníase é um problema de saúde pública. O país ocupa o segundo lugar no ranking de casos da doença, logo atrás da Índia. No entanto, em Santos, a situação é diferente: o município está dentro da meta do Ministério da Saúde para a eliminação da doença no país, com menos de um caso para cada 10 mil habitantes. A SMS (Secretaria de Saúde) mantém vigilância sobre a doença. A cada ano, em média, 25 casos são diagnosticados e tratados. Em 2008 foram 21, dos quais 19 são residentes em Santos - o que representou índice de 0,45 casos. Com o objetivo de abordar o trabalho da vigilância, a importância da prevenção, do diagnóstico precoce, sintomas e tratamento da doença, a Seviep (Seção de Vigilância Epidemiológica) promoverá capacitação sobre hanseníase para agentes comunitários de saúde, entre os dias 30 deste mês e 3 de abril. O treinamento será realizado das 9h às 12h, no auditório do prédio do Banco do Brasil, na Rua XV de Novembro, 195 9º andar, no Centro Histórico. O QUE É A hanseníase, antigamente chamada de lepra, é uma doença infecciosa de evolução crônica, transmitida pelas vias aéreas superiores (respiração) que atinge a pele e o sistema nervoso. Os principais sintomas são manchas que não coçam; dormência ou formigamento e perda da sensibilidade. Confirmado o diagnóstico, o portador passa por tratamento de polioquimioterapia, que dura de seis meses a dois anos, e consiste na combinação de diversos remédios. Antigamente a doença não tinha tratamento específico. As pessoas eram retiradas do convívio familiar e isoladas em hospitais- colônias. Os nervos ficavam atrofiados e as complicações provocavam lesões e até perda de membros, o que gerava preconceitos. Em 1985, a prevalência de casos no Brasil era de 16,4 para cada 10 mil habitantes. A polioquimioterapia foi adotada pelo Ministério da Saúde em 1991 e seis anos depois, em 1997, o índice baixou para 5,51 casos. Segundo a responsável pelo Programa de Controle da Hanseníase da SMS, Rute Castro, é preciso tratar a doença sem preconceitos. "É uma doença contagiante como qualquer outra. A pessoa não tem que ser isolada. Não se pega a doença comendo com o mesmo talher ou usando a mesma toalha. Além disso, logo no início do tratamento, o paciente já para de transmitir a doença".