Santos abrigou seis quilombos
O anseio pela liberdade instigava muitos negros a desafiar o perigo e fugir dos cativeiros. Os refúgios eram quilombos espalhados pelo território nacional. O maior e mais importante foi Palmares, formado em 1630 e habitado por cerca de 50 mil negros, agrupados em aldeias conhecidas como mocambos. O local era governado por um conselho de chefes, que formulava as leis, e liderado por um representante com status de rei. Em Santos, segundo pesquisa realizada pela professora de História do Brasil da UniSantos, Wilma Therezinha F. Andrade, pelo menos seis quilombos surgiram no século 19. O mais famoso da história paulista foi o de Jabaquara, também conhecido como Vila Redenção, que acolhia milhares de escravos refugiados, vindos das fazendas de café do planalto paulista. No reduto, os negros empregavam sua força, principalmente, nos serviços do porto e da Cidade. O lazer era desfrutado com muito samba, fandango e batuque. BATUQUEIRO O Quilombo do Pai Filipe, velho rei africano, foi o primeiro batuqueiro da Cidade, localizado na atual Vila Mathias junto à encosta do Monte Serrat. Ele foi considerado o Rei Batuqueiro e um dos pioneiros do samba paulista. No local, os negros se reuniam aos sábados e domingos para tocar e dançar. Na área continental da Cidade, estava o Engenho dos Quilombos, antiga instalação do Engenho de N. Sª do Quilombo, ocupada por ex-escravos. Além destes, o Sítio do Icanhema, a Casa de Geraldo Leite da Fonseca e Santos Garrafão, considerado o quilombo mais urbano, eram pontos de refúgio no Município.