Ruínas engenho dos erasmos são cenário para estudos interdisciplinares
Marco da importância do ciclo da cana-de-açúcar do século XVI e mais antigo patrimônio histórico do país, as Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos, na Zona Noroeste, são uma sala de aula a céu aberto para o ensino de história, meio ambiente, geografia, geologia, arquitetura, entre outras áreas do conhecimento. No local, pessoas de todas as idades, sejam estudantes das redes pública e particular, pesquisadores, comunidade em geral ou turistas, contam com uma gama de projetos interdisciplinares desenvolvidos de segunda a segunda, das 9h às 16h, pela base avançada de cultura e extensão universitária da USP (Universidade de São Paulo). Inaugurado há um ano, o anexo conta com auditório, área para exposições e sala multiuso, e é visualmente integrado às ruínas: de suas salas envidraçadas é possível avistar o sítio arqueológico. "Aqui foi o pontapé inicial do Brasil no mundo capitalista. É um lugar naturalmente educativo e possibilita uma amplitude de focos. Dá para discutir vários temas", afirmou um dos coordenadores do setor educativo da base, o historiador Rodrigo Christofoletti, da USP. Entre os projetos, está o Vou Volto, realizado em parceria com as prefeituras de Santos e São Vicente para crianças do ensino fundamental. Elas fazem visita monitorada com educadores da rede e, em outra ocasião, voltam com os pais e são os monitores a ensinar o que aprenderam. "Eles vêm para cá mais para explorar do que para ouvir", falou Christofoletti. Outra iniciativa é o Portas Abertas, para todas as idades, projeto de férias que consiste em atividades como palestras, filmes e seminários, voltadas à preservação do meio ambiente e da história. Já para alunos do ensino fundamental que não têm como se dirigir ao Engenho há o projeto I-Papo Imaginários e práticas aproximativas do patrimônio. Nele, os professores das escolas recebem um kit, contendo material pedagógico variado para ser trabalhado em sala. Em paralelo, os estudantes acessam o site www.usp.br/prc/engenho, onde estão disponíveis textos e atividades lúdicas. Dirigido para um público universitário, o Território e Transformações estuda a interação do homem na geografia. Além disso, há o Laboratório de Memórias, em parceria com a UniSantos, onde são colhidos depoimentos de pessoas da comunidade sobre lembranças que possuem do Engenho. "A ideia é captar uma memória coletiva", disse o historiador. 2º SEMESTRE Outros projetos serão implementados no próximo semestre. Trata-se do Eleja, para estudantes da EJA (Educação de Jovens e Adultos), com visitas monitoradas noturnas, e o Engrenagens, para escolas técnicas. Também haverá fins de semana temáticos, visando à interação entre a comunidade e o bem cultural. Gratuitas, as visitas monitoradas devem ser previamente agendadas pelo telefone 3203-3901 ou pelo e-mail ruinasengenho@usp.br O endereço é Rua Alan Ciber Pinto, 96, São Jorge.