Projeto Fênix: iniciativa reintegra moradores de rua ao mercado de trabalho
Na mitologia grega, fênix era um pássaro que, após morrer, entrava em uma espécie de autocombustão e depois renascia das próprias cinzas. Não por acaso, a Seas (Secretaria de Assistência Social) batizou de Fênix o projeto que tenta devolver ao mercado de trabalho quem viveu na rua. Apesar de boa parte ter uma profissão, o retorno à sociedade realmente não é algo simples.
A história de vida de Paulo de Oliveira, de 46 anos, ilustra essa dificuldade. Ele frequentou o Fênix, mas teve uma recaída, voltou a beber e ficou 7 meses internado em uma clínica, em Peruíbe, buscando a recuperação. Hoje faz a limpeza no Centro de Convivência da Zona Noroeste e, às quartas-feiras, frequenta o curso de jardinagem no Jardim Botânico. Também possui curso de encanador. Apesar das qualificações profissionais, luta contra o vício e o preconceito. “Eu quero trabalhar, isso ajuda inclusive a me afastar da bebida”.
Trabalho no Fênix é individual
Treze ex-moradores de rua fazem parte hoje do projeto Fênix, que oferece a bolsa de um salário mínimo por 18 meses, e atividades nos próprios equipamentos da prefeitura. O programa ainda inscreve em cursos profissionalizantes gratuitos e na escola pública.
Dos integrantes, um tem ensino médio completo e os demais, ensino fundamental incompleto, mas segundo Maria Elaine Haiek Kian, responsável pelo serviço, estudar é a parte menos complexa do programa. “O delicado é a superação dos vícios, dos traumas, por isso o plano é individual para que a pessoa possa evoluir”.
E nessa abordagem personalizada, Elaine diz que a equipe sabe que o progresso não é constante. “Estamos lidando com adultos, que têm uma história de vida e precisam de apoio psicológico”.