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Projeto completa 10 anos ensinando sobre segurança no trânsito

Publicado: 16 de abril de 2009
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A educação para o trânsito é um direito de todos e dever prioritário para os órgãos de trânsito brasileiros. O novo Código de Trânsito, em vigor desde janeiro de 1998, definiu como obrigatória a promoção de programas e campanhas voltadas à conscientização de motoristas e pedestres. Objetivo: reduzir o elevado número de acidentes e mortes no trânsito. Em Santos, há uma década, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) desenvolve ações educativas por meio do Programa de Educação para o Trânsito, que já atendeu nesse tempo a mais de 58 mil estudantes de 278 escolas. Só de campanhas educativas com foco no telefone celular, cinto de segurança, ciclistas, motociclistas, pedestres e motoristas foram cerca de 50. Apesar de a legislação federal estabelecer que o tema deveria ser implementado transversalmente nas disciplinas escolares, a educação para o trânsito não é ainda uma matéria obrigatória no currículo escolar. A gerente de Segurança e Educação da CET, Sônia Eliana Garcia, explica: "Fizemos então uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação e a partir daí, com uma série de atividades do nosso programa, passamos a introduzir a matéria no ensino fundamental". O programa se estende, também, às escolas estaduais e à rede particular, bastando agendar com o órgão de trânsito. CRIANÇAS SÃO VÍTIMAS Segundo Sônia Eliana, essa metodologia interdisciplinar faz com que as próprias crianças sejam agentes multiplicadores de informações. "Para que funcione precisamos ter a criança como alvo principal, tentando chamar a atenção delas". Dados do Ministério da Saúde de 2008 revelaram que entre os óbitos envolvendo crianças de zero a 14 anos, os relativos ao trânsito aparecem em primeiro lugar. Outra pesquisa realizada no ano de 2000 pela Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação mostrou que do total de pedestres atropelados, 39,2% foram crianças com idade entre cinco e 15 anos. EDUCAÇÃO É A CHAVE Educar crianças e jovens não é uma tarefa fácil. Ainda mais quando se trata de trânsito. Com aulas ministradas por professores e pedagogos, o programa da CET aproxima-se o mais possível da realidade vivenciada no dia a dia. A parte teórica acontece dentro de um ônibus conhecido como cine-trânsito, que é climatizado, dotado de recursos multimídia, microcomputador, vídeo, sistema de som e projetor. Ali, os educadores orientam os alunos com filmes educativos sobre as leis e o comportamento correto no trânsito. São momentos em que os alunos têm a oportunidade de interagir com os professores, fazendo perguntas e comentários sobre, por exemplo, faixas de pedestres, ciclovias, semáforos e outros. A aluna Mariana Alves da Silva, de sete anos, da escola Waldery de Almeida, aprendeu direitinho a lição. "Aprendi que somente se pode atravessar a rua na faixa de pedestres". O colega de classe Vitor Rodrigues, da mesma idade, acha que o mais importante é respeitar os semáforos. "Todos os carros devem parar no sinal vermelho". A professora que acompanhou as crianças à CET, Carolina Correia, entende que esse método é o mais eficaz. "Tendo essas aulas descontraídas e interativas, as crianças aprendem mais rápido e melhor. O trânsito já faz parte da vida delas". INTERESSE PELA PRÁTICA Após a aula teórica vem a parte prática, na Praça Belmiro Ribeiro (Vila Mathias), onde são reproduzidas as condições de ruas de verdade, com sinalização para veículos e pedestres, e até uma ciclofaixa para pequenas bicicletas. Os alunos são levados pelos instrutores em pequenos veículos (minibugues), que percorrem toda a extensão da praça, mostrando a realidade do trânsito. Esse tipo de atividade é para alunos a partir do 2º ano. Para as crianças da pré-escola e 1º ano, os técnicos da CET apresentam um teatro de fantoches dentro do ônibus cine-trânsito.