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Programa municipal apoia e orienta quem quer largar o cigarro

Publicado: 8 de maio de 2017
13h 17

A luta contra um inimigo que tem como arma 4,7 mil substâncias químicas não é nada fácil. Para ajudar quem está determinado a deixar de fumar, Santos conta com o Programa Municipal de Atenção Intensiva ao Tabagista, desenvolvido na rede de Atenção Básica.

Neste mês, quando se comemora o Dia Mundial Sem Tabaco (31 de maio), a Secretaria de Saúde está iniciando novos grupos em cinco policlínicas. A primeira delas é a unidade do Embaré, que começou no último dia 4 a sua segunda turma em 2017.

Na sessão inaugural, os pacientes foram orientados sobre o funcionamento do programa, com duração de três meses e sete encontros, também realizaram testagem do monoxímetro (apura a concentração de monóxido de carbono nos pulmões), falaram das suas experiências com o cigarro e outras ações em grupo.

“Tentei parar de fumar algumas vezes por conta própria e não consegui. O médico falou que agora tenho que parar de qualquer jeito, porque estou no começo da enfisema pulmonar”, conta a manicure Neusa Moraes, 65 anos, fumante há 45 anos e uma das participantes do novo grupo.

O estivador José Lima Costa Filho, 54 anos, que fuma há 43 anos, também buscou ajuda profissional pela primeira vez em prol da melhoria da sua saúde e qualidade de vida. “Estou me sentindo mais cansado ultimamente. Gosto de esporte, faço taekwondo e surfo, e isto está me prejudicando. Também penso na economia que posso fazer e nas consequências para o futuro”.

Outros grupos

Além da Policlínica do Embaré, iniciarão neste mês os grupos de tabagismo as unidades da Vila Nova, Penha, Morro São Bento e Centro de Saúde Martins Fontes, com as vagas preenchidas pelos pacientes que estavam na fila de espera. Munícipes de Santos interessados devem procurar a policlínica de referência dos seus bairros.

Sucesso no tratamento

O programa propõe o atendimento e acompanhamento em grupo pela equipe multiprofissional. São ensinadas técnicas como exercícios de respiração contra o estresse, orientação sobre atividades físicas e alimentação, tratamento de reposição de nicotina (adesivos e goma de mascar) e medicação conforme prescrição médica.

“Além do tratamento para cessar o tabagismo, nos preocupamos com a integralidade do cuidado com o paciente, para que ele incorpore outras práticas e hábitos saudáveis”, explica o enfermeiro Renato Aparecido Dutra Matos, responsável técnico pelo programa, destacando que mais de 50 doenças estão associadas ao uso do cigarro.

Desde o início do programa, em setembro de 2014, participaram 1.276 pacientes, sendo que 581 deles (45%) pararam de fumar.

Dentro desta estatística está o administrador Lincoln Pontes, 63, que fumou por 46 anos e está há quase dois longe do cigarro. “Dia 3 de julho de 2015, às 20h15, eu coloquei o último cigarro na boca”, conta orgulhoso.

Lincoln procurou o grupo do Embaré após uma tentativa frustrada de abandonar o vício e já sentindo chiadeira no peito. “Depois que você larga o cigarro, muda o paladar, o gosto das coisas, o cheiro, a disposição física. Melhora tudo e o bolso também”, relata Pontes, que chegava a fumar 22 cigarros por dia e a gastar quase R$ 500 por mês por causa da dependência.

Foto: Francisco Arrais