Prefeitura consegue reencontro de pai e filho após 26 anos
Terminou com final feliz a história de Sidney Ferreira do Carmo, 44 anos, e Mateus Pereira do Carmo, 26. Pai e filho se reencontraram após 26 anos de afastamento, graças ao trabalho da Prefeitura.
Em 1990, aos 19 anos, desempregado, Sidney saiu de casa em João Monlevade, a 110 km de Belo Horizonte (MG), em busca de trabalho e não voltou para a família. No interior de Minas Gerais, após ser abandonado pelo pai e a mãe aos três meses, o bebê Mateus foi criado pela avó paterna, Maria Ferreira do Carmo, 64.
Desde a adolescência, ele procura por ambos. Sem sucesso, chegou a desanimar. Por isso, quando a equipe de abordagem de rua, da Secretaria de Assistência Social (Seas), telefonou informando que Sidney queria voltar para casa, sentiu-se aliviado. Agora falta encontrar a mãe, Geralda Pereira, para reconstituir sua família sanguínea.
Emoção
Após 13 horas de viagem de ônibus, Mateus veio dia 29 conhecer o pai. O encontro aconteceu na Seção de Abrigo para Adultos, Idosos e Família em Situação de Rua, da Seas “O quarto dele já está pronto, comprei cama, guarda-roupa. A família toda espera por ele”, diz Mateus.
Sidney conta com o apoio familiar e a memória do sofrimento para não voltar a dormir na calçada. “Ninguém merece viver na rua, é muito duro e você está sempre com medo”.
Vitória
Há cerca de um ano, a equipe de abordagem de rua da Seas tentava convencer Sidney a conhecer os serviços assistenciais, mas ele sempre recusava. A assistente social Elisângela Costa lembra que um dia ele começou a aceitar a ideia de voltar para casa.
Ele não lembrava a cidade onde nasceu, o nome da mãe, sua idade e não tinha documentos. “Falou que tinha nascido em Belmiro Braga, João Monlevade ou Bela Vista de Minas”. As três cidades foram procuradas para ver se havia o registro de nascimento.
Após dois meses de pesquisa, o último município confirmou a certidão de nascimento e o nome da mãe. Como a mãe recebe benefícios sociais, foi possível o contato com a família.
Saúde
Luciana Werneck, do Consultório na Rua, da Secretaria de Saúde, revelou que Sidney foi atendido e passou por exames médicos. Também foi encaminhado para o Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas.
Ficou 20 dias hospitalizado no Polo de Atenção Intensiva em Saúde Mental para complementar o tratamento, que terá continuidade em João Monlevade. Todo prontuário de Sidney foi repassado ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
Foto: Ronaldo Andrade