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Prédios inclinados serão estudados

Publicado: 29 de outubro de 2004
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A Prefeitura deu, nessa sexta-feira (29), um passo importante no sentido de começar a resolver um dos problemas mais complexos para os moradores que residem nos cerca de 100 prédios inclinados da orla da praia. Ao assinar o Convênio de Cooperação Técnica com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Santa Cecília (Unisanta), no Salão Nobre, quem mora nos conhecidos prédios tortos terá, no prazo de um ano, todo um estudo indicando o que deve ser feito no que se refere à segurança e qual a saída para garantir a preservação do patrimônio. As pesquisas e estudos previstos no convênio serão desenvolvidas em duas etapas. Na primeira, seis estudantes da Unisanta realizarão um trabalho de campo com levantamento de dados dos edifícios indicados pela Prefeitura, que já apresentam algum tipo de inclinação. Serão colhidos dados como localização, altura, número de andares, de apartamentos, número de habitantes e grau de inclinação. Outro dado importante da pesquisa será a apresentação de planilhas com recalques medidos, em épocas anteriores, já que a maioria foi construído nas décadas de 50 e 60. Para a doutora professora e coordenadora das pesquisas, Heloísa Helena Silva Gonçalves, do Departamento de Estrutura e Fundações da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), o convênio permitirá a retomada do estudo de solo da Baixada Santista que começou a ser estudado pela Politécnica na década de 40. Hoje sabemos que o solo de Santos tem uma camada de areia superficial de 7 a 12 metros, onde estão construídos grande parte dos prédios com recalque. Vamos fazer ensaios de campo para ter conhecimento também de como se comporta a segunda camada de argila existente no solo, que é considerada melhor e por isso alguns prédios foram construídos acima dela, comentou, observando que esse estudo faz parte da segunda etapa do convênio que permitirá saber se esses edifícios, no futuro, terão problemas de inclinação como os já existentes. RECALQUE Ainda segundo Heloísa, a inclinação desses prédios não deixa de ser uma preocupação. Não sabemos quando o recalque vai parar, uma vez que, de acordo com os estudos realizados, a velocidade de declínio por ano é de 1 a 2 centímetros. A pesquisa permitirá saber o que vai acontecer no futuro com os prédios inclinados e os que foram construídos nos últimos anos, como também os que serão construídos. Poderemos, depois dos estudos realizados, escolher o que é melhor para dar maior segurança a eles. Para o representante da Secretaria de Obras e Serviços Públicos, o convênio possibilitará à Prefeitura ter conhecimento da situação de cada um dos prédios, em termos de segurança e da necessidade de possíveis intervenções imediatas ou não em relação aos riscos que essas edificações oferecem. O trabalho técnico e o cadastro que será feito das famílias que residem nos prédios para saber a situação sócio-econômica permitirão que os moradores consigam ter uma linha de crédito imobiliário para financiar a reforma de seus imóveis, garantindo maior segurança para todos os moradores.