Praças do centro são pontos de encontro
Na definição do poeta Castro Alves A praça é do povo como o céu é do condor. Em Santos, sobretudo no Centro, as praças se transformam em ponto de encontro diário, seja nos horários de intervalo do trabalho ou para aguardar algum compromisso. É o caso das vendedoras de passagem de ônibus municipais Josie, Ana Cláudia e Paloma. Na pausa para o lanche, um banco da Praça Mauá é o local escolhido por elas. Aqui é sossegado, tem sombra e é agradável para conversar. Já o casal Osmar Reis e Ilda Mendes Reis, residente em Praia Grande, não costuma vir a Santos. Porém, na manhã dessa sexta-feira (3) os dois estavam sentados na Praça Mauá, aguardando o horário de abertura de um estabelecimento. Apesar do calor, está fresco por causa das árvores e aproveitamos para relaxar e ler um jornal, disse Osmar. No Centro, além da Praça Mauá, onde fica o Palácio José Bonifácio, sede da Prefeitura e também ponto de partida da linha turística dos bondes, estão localizadas outras praças arborizadas e movimentadas, como a dos Andradas que conta com um posto da 3ª Companhia da PM, a Praça José Bonifácio, próxima ao Teatro Coliseu; e a Praça da República, onde está a estátua de Brás Cubas. OBRA IMPONENTE Um dos mais imponentes e bonitos da Cidade, o monumento ao fundador de Santos, Brás Cubas, tem uma base formada por três degraus de granito, um pedestal circundado por figuras alegóricas, em mármore carrara e elementos de ornamentação decorativa em bronze. A estátua foi construída pelo escultor Lourenço Massa e inaugurada em 26 de janeiro de 1908. A data está no livro Santos, um encontro com a História e a Geografia, editora Universitária Leopoldianum, 1992, de autoria das professoras Wilma Therezinha, Yza Fava e Ângela Maria G. Frigério. Em 1997, o monumento foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa), como bem cultural de interesse histórico e artístico. CURIOSIDADE Uma curiosidade sobre a obra é que, em 2002, o historiador Roberto Tavares, da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), descobriu um fragmento importante da história de Santos relacionada ao monumento. Quando fazia uma limpeza no livro de contratos da Intendência Municipal de Santos 1901 a 1906 , ele encontrou o acordo firmado entre a Câmara Municipal e o escultor italiano Lourenço Massa. O documento, datado de 10 de março de 1906, tem seis páginas e é assinado por testemunhas famosas naquela época, como Galeão Carvalhal, Henrique Ablas, Marcílio Dias e o capitão João Salermo, entre outras. No achado, uma das coisas mais interessantes é a descrição minuciosa da obra-prima dedicada ao fundador do Município. Esse monumento será constituído por três partes componentes a saber: uma base formada de três degraus, um pedestal circundado por figuras alegóricas e trechos de ornamentação decorativa, e da estátua de Brás Cubas, tendo o mesmo monumento a altura de 8 metros por 4 metros e 80 cm.