Políticas de saúde para o homem são debatidas em evento
Homens vivem, em média, 7 anos a menos que as mulheres no Brasil. A cada três mortes de adultos no País, duas são de homens. Em pleno Novembro Azul, o coordenador de Saúde do Homem do Ministério da Saúde, Francisco Norberto Silva, esteve em Santos para conhecer melhor a realidade dos homens no Município, no que se refere aos principais dados de Vigilância, e debater novas políticas de saúde para este público.
Ele participou, na manhã desta segunda-feira (12), do seminário “Vigilância em saúde do Homem: A compreensão da realidade singular masculina nos diversos contextos socioculturais e político-econômicos”, promovido pelo Departamento de Vigilância em Saúde, que teve como público-alvo representantes do setor portuário e de petroleiros, agentes de combate de endemias, agentes comunitários e outros profissionais que atuam na área da saúde.
“Quando crianças e adolescentes, os meninos são levados às unidades de saúde para se cuidarem. Mas na faixa dos 20 aos 59 anos, percebemos que eles somem da Atenção Básica. Quando retornam ao serviço, já desenvolveram alguma doença mais grave, precisam de um atendimento hospitalar de média ou alta complexidade, onerando o SUS e retirando o papel de provedor da família que muitos deles têm”, destaca Francisco, analisando uma realidade comum a todo o País.
Os desafios estão voltados para a realização de políticas públicas que incentivem o homem ao autocuidado, de forma a prevenir doenças e torná-lo também um promotor de saúde. Afinal, as principais causas de morte dos homens no Brasil são doenças do coração (infarto, AVC), mentais e sofrimento psíquico, cânceres (pulmonar, próstata e pele), colesterol elevado e pressão alta – todos que podem, se não prevenidos, serem diagnosticados precocemente.
“Geralmente, o Novembro Azul está muito ligado ao câncer de próstata apenas. Queremos expandir para outras questões inerentes à saúde do homem. Por isso, apresentamos hoje a nossa realidade quanto aos suicídios, violência, acidentes de trabalho, HPV, sífilis para, a partir daí, refletirmos junto com o Ministério da Saúde que ações estratégicas podemos desenvolver voltadas para este público”, detalha Ana Paula Valeiras, chefe do Departamento de Vigilância em Saúde.
Prioridade
“Santos tem uma grande população de homens, seja os que moram aqui, como os que passam pela Cidade, caso dos caminhoneiros, e é importante pensar em estratégias que unam a assistência com a Vigilância, seja para oferecer testes rápidos, rodas de conversa para prevenção ao suicídio, para dar capilaridade às ações pensadas. Precisamos, de mais urgente neste momento, combater a sífilis e as infecções sexualmente transmissíveis”, destaca o coordenador do Ministério da Saúde.
O agente de combate a endemias Gustavo Correa Alejandro atua na policlínica do Marapé e aprovou o encontro. “É muito importante participar de um evento que mostra como negligenciamos a saúde, além de as informações auxiliarem o nosso trabalho dentro da policlínica junto ao paciente”.
Foto: Rogério Bomfim