´poema azul´ leva alegria e nostalgia ao centro

O ´Bonde Turístico´ e seu reboque foram pequenos para abrigar a alegria saudável dos carnavais de outrora, revivida, na tarde de ontem (07), pelo grupo ‘Poema Azul’ e seus espectadores. Com músicas como ‘Cidade Maravilhosa’, ‘Jardineira’ e ‘Mulata Bossa Nova’, o conjunto, formado de ‘jovens’ com mais de 65 anos, agitou as ruas por onde desfilou, terminando a tarde com uma apresentação na Bolsa do Café. Não faltaram confete e serpentina para colorir a festa, que foi acompanhada pelos sorrisos e acenos dos que passavam ou saíam à porta ou à janela. Foi muito gostoso porque não é aquele barulho, aquela confusão de hoje em dia. São canções que passam tranqüilidade, comentava Amália Lobato, de 37 anos, que trouxe sogra, tia, filha e sobrinhos para andar de bonde e foi surpreendida pela novidade. Como os saraus de antigamente, a exibição na Bolsa foi mais nostálgica. Eram 17 violões e vozes evocando Ai que saudade eu tenho, dos tempos de outrora... Eles encantaram a vizinhança e os clientes da cafeteria. É muito bom relembrar os tempos antigos. Hoje a música é outra, o povo é outro, acabou o romantismo, lamentava o despachante Roberto Machado. Amélia Ferreira, que é santista mas mora em São Paulo há mais de 40 anos, veio especialmente para ver a prima Marina Imbert cantar. Eu sou fã do grupo. Eles vão muito a São Paulo, já se apresentaram no show da Inezita Barroso e na Cidade Universitária sem cobrar um tostão, e ainda pagam a condução! Criado em 1982, ao longo dos anos o conjunto teve diversas formações. De 1993 para cá compõe-se de 20 integrantes, que se exibem sempre com finalidades filantrópicas. Definindo ‘poema’ como uma composição poética com enredo, adotou o nome da música Poema, de Ariovaldo Pires e J. Fibich, ao qual acrescentou azul, por ser a cor do céu e do mar em dias ensolarados, cor que transmite paz e felicidade. Foi bem alegre, deu tudo certo, comentava a professora Áurea Furtado de Oliveira Albuquerque, responsável pela direção musical. No próximo milênio vamos fazer força para fazer uma apresentação num domingo.