Pid: um programa elogiado pela população e com atendimento crescente
A Secretaria Municipal de Saúde tem investido na modalidade de internação domiciliar, um serviço que nasceu em Santos com pequenas dimensões em 1992 e que hoje apresenta resultados incontestáveis, além de acumular crescentes elogios da população. Cartas, telefonemas e recados para a Ouvidoria revelam a gratidão da população ao Programa de Internação Domiciliar - PID. A equipe atual é formada por sete médicos, duas enfermeiras, 17 auxiliares de enfermagem, dez motoristas e funcionários de setor administrativo, num total de 41 pessoas que atendem, em média, por mês, 160 pacientes internados em suas residências, a cargo de três seções Sid Orla, Sid Zona Noroeste e Sid Centro. Seis veículos, alguns reformados, integram a frota que é antiga, mas deve ganhar reforço até o final do ano. As estatísticas dos primeiros anos de funcionamento do PID são bem precárias, segundo a chefia da seção. Um documento mantido na sede da Seção de Internação - Sid-Orla, (instalada no 1º andar do Pronto Socorro da Zona Leste) avaliando as atividades de março de 1992 a março de 1997 e que apontam para um total de 1.918 casos de pacientes internados nos primeiros cinco anos de vida desse programa, ou seja, média de 382 internações por ano. No ano passado, o total de novas internações foi de 547, o que revela o crescimento nos atendimentos. Em 2003, o número médio de pacientes atendidos pelo PID foi de 161 por mês, com realização de 147.768 procedimentos de enfermagem, 14.555 visitas de auxiliares de enfermagem e 4.325 visitas médicas. Neste ano, a média mensal de pacientes já está maior. Apesar das dificuldades de licitação de medicamentos (que são de grande porte, uma vez que a SMS distribui média de 2,5 milhões de unidades medicamentosas por mês em toda rede), os pacientes são contemplados com a maioria dos insumos de forma gratuita. E mesmo quando recebem alta, os familiares continuam a retirar gaze, faixas, e outros produtos de enfermagem, além de medicamentos, junto a SMS. ATENDIMENTO HUMANIZADO Criado para aliviar a carência de leitos hospitalares, reduzir o custo assistencial e dar uma assistência humanizada, na medida que preserva a relação familiar, o PID tem feito muito mais, especialmente na forma carinhosa dispensada aos acamados. Segundo a chefia da Seção, o fornecimento gratuito de medicamentos e material de enfermagem é um diferencial importante, uma vez que os planos de saúde privados não proporcionam esse benefício. É o que salienta a paciente Vilma dos Santos, 67 anos, cadastrada no PID há quatro meses. O atendimento é excelente, confirma a senhora. Em cada curativo diário (são dois por dia) são usadas média de 150 compressas de gaze (vinte pacotes por vez) e duas faixas de fita crepe, fornecidos pela SMS. Dependendo do estado do paciente, cabe aos enfermeiros e auxiliares do PID uma série de tarefas. Trocam curativos e sondas, aplicam soro, colocam compressor de inalação, cilindro de oxigênio ou aspirador. A equipe também faz coleta para exames laboratoriais, realiza soroterapia, antibiocoterapia e dá orientação aos pacientes em relação a medicamentos, higiene e alimentação. Na visita realizada na última quarta-feira (30), na casa da paciente Vilma, moradora da rua Júlio de Mesquita. Com feridas abertas nas duas pernas, problemas de gastrite e anemia, Vilma recebeu num único dia vários procedimentos, inclusive soro com ferro para combate da anemia. Cada equipe do PID faz várias visitas diárias. Acabada a tarefa na casa da Dona Vilma, a próxima parada foi na residência de um senhor que sofreu amputação do pé, em razão da diabetes. Ele veio do Nordeste, da cidade Ribeira do Pombal, para se tratar em Santos e ficar na companhia dos filhos. Na residência de Ernesto, 79 anos, houve a constatação de que a glicemia está altíssima. A auxiliar de enfermagem fez curativos na perna enquanto a médica agendou nova visita no período da tarde, já que constatou que o estado do paciente merece cuidados e precisa receber insulina. Aqui há mais recursos além da companhia dos parentes, explica a empregada que também destaca a eficiência do PID. O atendimento tem sido bom. O programa não responde pelos cuidados de higiene e alimentação do paciente, mas dá toda orientação nessa área. E em situação de emergência, a família é orientada a recorrer ao pronto-socorro, que dá retaguarda de 24 horas/dia. A alta ocorre pela cura, morte ou quando existe um agravamento no quadro clínico, com transferência do paciente para o Pronto Socorro ou Hospital. É bom lembrar que o sucesso do programa motivou o surgimento de novos serviços domiciliares. Em abril de 1998 foi criado o Programa de Atendimento Domiciliar (PAD), vinculado à Saúde do Adulto, do Departamento de Atendimento Básico, que acaba funcionando como retaguarda ao Programa de Internação Domiciliar. Muitos recebem alta do PID e são inseridos no PAD, quando há dificuldades de locomoção, inclusive para sessões de fisioterapia. Uma grande parte de pacientes tem problemas ósseos, neurológicos ou cardiovasculares. Soma-se, portanto, aos 1935 pacientes por ano do PID atendidos em 2003 mais 1.100 pacientes atendidos pelo PAD, com visitas normalmente mensais.