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Pepe, o Canhão da Vila, grava depoimento no Miss

Publicado: 29 de março de 2011
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Ele é o segundo maior artilheiro da história do Santos FC, com 405 gols, sendo superado apenas pelo Rei Pelé. Ponta esquerda de chute potente, é conhecido como "Canhão da Vila".

Bicampeão mundial pela seleção brasileira nas Copas de 58 e 62 e pelo Santos em 62 e 63, José Macia, o Pepe, 76 anos, dos quais quase 60 dedicados ao futebol, participou do projeto História e Memória Oral, realizado em conjunto pela Semes (Secretaria de Esportes), Fams (Fundação Arquivo e Memória de Santos) e Secult (Secretaria de Cultura), com apoio do Unimonte.

Em depoimento de pouco mais de uma hora, Pepe falou sobre a carreira de jogador e técnico, lembrando momentos da fase áurea do Santos, onde formou com Dorval, Mengálvio, Coutinho e Pelé o ataque mais famoso do mundo.

"Nasci na Rua João Pessoa, no Centro de Santos, mas minha juventude foi em São Vicente. Isso até iniciar no Santos FC em 1955. Nunca mais deixei a cidade e joguei apenas no Santos e nas seleções paulista e brasileira. Conquistei 92 títulos nacionais e internacionais. Sou um dos atletas mais vencedores no planeta".

800 jogos
Uma vez me convidaram Pepe para jogar nos Estados Unidos em time de futebol americano. "Num amistoso em Nova York fiz um gol de falta de longa distância. Na saída do estádio vieram dois empresários interessados em me contratar para ser o kicker (chutador), aquele jogador que apenas chuta a bola do futebol americano naquele Y deles".

Pepe disputou cerca de 800 jogos pelo Santos e seleções paulista e brasileira. Detentor do troféu Belfort Duarte, por nunca ter sido expulso de campo, ele destaca três gols entre os mais importantes da carreira. "Um deles em 1955 na vitória do Santos contra o Taubaté por 2 a 1, na Vila Belmiro, que garantiu o título paulista ao alvinegro. E os outros dois na decisão do Mundial de Clubes em 63, na vitória por 4 a 2 contra o Milan no Maracanã. Antes o Santos havia perdido por 4 a 1 na Itália. "Vencemos o terceiro jogo por 1 a 0, gol de pênalti de Dalmo".

Pepe parou de jogar em maio de 1969, aos 34 anos. No mesmo ano, iniciou a carreira de técnico no infantil do Santos. No profissional foi campeão brasileiro pelo São Paulo e paulista pelo Internacional de Limeira. Trabalhou no Oriente Médio e em vários clubes no país até se aposentar.

Casado com Lélia há 46 anos, tem quatro filhos e cinco netos. Com memória invejável, conta "causos" da época de atleta. "Nós jogávamos na Alemanha diante do Bayern de Munique, time de Beckenbauer, que dava um show em campo. No segundo tempo chamei o Pitico (meia-armador) e dei as instruções: você anula o número 5; aproveita e cobre os laterais e quando puder vai ao ataque e chuta em gol. Pitico então respondeu: seo Macia, tudo isso por 5 mil cruzeiros por mês", referindo-se ao salário e moeda da época.