Pacientes serão beneficiados com genérico da aids
Além de gerar um custo/benefício menor à rede municipal de saúde, mais pessoas poderão ser assistidas com uma medicação de qualidade. É o que pensa a chefia do Centro de Referência em Aids (Craids) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) sobre a Lamivudina (3TC), o primeiro genérico antiretroviral que será produzido no Brasil para o tratamento da Aids. O medicamento, que faz parte do coquetel anti-Aids, é um dos mais usados pelos soropositivos e foi aprovado no último dia 9 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Lamivudina será fabricado pelo laboratório Rambaxy e inicialmente vai ser importado da Índia pelo Ministério da Saúde que prevê, para este ano, a compra de 22 milhões de cápsulas. Hoje, a Prefeitura atende 1980 pacientes que utilizam a terapia antiretroviral combinada (coquetel), através da ação do Craids, um ambulatório especializado em dar assistência gratuita ao paciente soropositivo, com atendimento multiprofissional, incluindo o de farmácia. Segundo o Craids, o genérico, que atuará como antivirótico, vai beneficiar milhares de munícipes, além disso, terá qualidade comprovada pelo governo, sofrerá uma fiscalização mais rígida em sua produção (o que vai evitar alterações na posologia do mesmo) e terá um custo bem inferior aos demais. No Brasil, o Lamivudina, que tem como referência o Epivir do laboratório Glaxo Welcome, custará R$ 126,33 (caixa com 60 comprimidos), enquanto a mesma apresentação do Epivir custa R$ 210,55, uma economia de 40%. Por ser genérico (produzido por laboratório estatal), o medicamento não precisa de representação, ser patenteado e ter sua imagem veiculado na mídia, o que barateia o custo. PROGRAMAS Hoje, o Craids presta assistência a 4000 pacientes soropositivos e faz, em média, 160 atendimentos por dia. A unidade integra o programa municipal de DST/Aids, que ainda inclui o Hospital Dia (HD) que atende pacientes que recebem medicações injetáveis ou necessitem de internações, a Unidade de Retaguarda Clínica e Convivência em Aids (URCCA) que oferece socorro aos pacientes em covalescência hospitalar e o Núcleo Integrado da Criança (NIC) especializado no atendimento a crianças soropositivas. O programa municipal ainda dispõe do Centro de Orientações e Aconselhamento Sorológico (Coas) para a realização de testes anti-HIV e sífilis.