Obras da ordem primeira do carmo são catalogadas
Já está em fase final o inventário de todas as obras sacras da Ordem Primeira do Carmo, iniciado em janeiro, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com a Universidade Católica de Santos (UniSantos), dentro do projeto de tombamento do convento e igreja, situados na Praça Barão do Rio Branco, entre o Pantheon dos Andradas e a Capela da Ordem Terceira do Carmo. Quando terminado, o levantamento - o primeiro deste gênero realizado no Estado de São Paulo -, será extremamente importante para os pesquisadores do mundo inteiro, que poderão consultá-lo, além de agir como um sistema de segurança contra roubos. Toda a obra que estiver inventariada será colocada em fichas padronizadas, numa linguagem internacional e poderá ser acessada pelo ´site´ especial da Interpol, inclusive por leiloeiros, ressalta o arquiteto responsável pela supervisão do processo, Victor Hugo Mori, do Iphan. Mori revela que o Departamento de Identificação (DID) do Iphan ficou tão satisfeito com a expressividade do material catalogado, que já enviou ofício solicitando que também seja realizado inventário no acervo da Ordem Terceira do Carmo, situada no mesmo local e separada da Ordem Primeira apenas por uma torre. O INVENTÁRIO Na primeira etapa do trabalho, o pesquisador da História da Arte Sacra e técnico do Iphan na cidade histórica de Tiradentes, em Minas Gerais, Olinto Rodrigues, analisou 86 peças raras e cinco quadros do pintor Benedicto Calixto, com o objetivo de cadastrar minuciosamente as obras sacras, integradas (altares, púlpitos, retábulos) e móveis (pratarias, imagens), incluindo detalhes como medidas, datas, assinaturas, cor, estilo, ausência de partes ou aplicação de elementos de outras épocas. Após isso, o fotógrafo Eraldo Silva documentou cada peça, em vários ângulos, em padrão universal. A partir daí, um outro grupo de técnicos iniciou uma pesquisa junto ao Arquivo Histórico de Santos. O Convento do Carmo foi fundado em 1589, na extinta Capela da Graça, tendo se iniciado a primeira construção no terreno atual, em 1599, junto ao córrego do Itororó, depois chamado do Carmo. A Capela da Ordem Terceira, de 1752, já tombada pelo Iphan, tem seis altares laterais, formando um harmonioso conjunto barroco, inspirado na Paixão de Cristo, e o altar-mor em estilo rococó.