Obra de recuperação do teatro guarany entra na fase final
A recuperação do Teatro Guarany, no Centro Histórico, realizada pela prefeitura com recursos privados de empresas instaladas na região, já alcançou cerca de 70% de conclusão e entra agora na fase final. A obra de engenharia, realizada pela empreiteira Erbauen, vencedora de licitação, está adiantada e a previsão é de término até outubro. Já o funcionamento pleno do teatro deve ocorrer em dezembro. Nesta terça (29), representantes das empresas que estão investindo no projeto por intermédio da Lei Rouanet (de Incentivo à Cultura), de órgãos fiscalizadores e da administração municipal visitaram o local para acompanhar o andamento da obra. O objetivo da visita é mostrar aos empresários como está sendo usado o dinheiro, a recuperação de cada detalhe do imóvel e para o Brasil ver como a cidade está utilizando os recursos que a Lei Rouanet permite captar, destacou o prefeito João Paulo Tavares Papa. Ele lembrou que, além de mais uma casa de espetáculos, o Guarany também abrigará uma escola municipal de artes cênicas, prevista para iniciar suas atividades em janeiro de 2009. É uma forma de manter a cultura pulsando no interior do teatro. Até o momento foram concluídos os trabalhos de alvenaria, cobertura e hidráulica e colocados batentes, portas e janelas. O foyer (hall de entrada) também já foi finalizado e agora estão sendo realizadas a parte elétrica, colocação de forro e recuperação da fachada. Na seqüência serão instalados o ar-condicionado e elevador, além dos serviços de pintura e colocação de vidros e mobiliário. A obra prevê acessibilidade para todos os três pavimentos (platéia e dois andares de camarotes) para deficientes e deverá abrigar de 350 a 450 lugares. PROJETO Para a recuperação do imóvel, a Prefeitura expropriou o imóvel - localizado na esquina da Praça dos Andradas com a Rua Amador Bueno - e desenvolveu o projeto. A iniciativa foi aprovada pelo Ministério da Cultura, que liberou a captação de R$ 6.743.644,73 junto à iniciativa privada, por intermédio da Lei Rouanet. O presidente da Organização de Desenvolvimento Cultural e Preservação Ambiental Amabrasil, responsável pela captação de recursos e gestão do projeto, José Luiz Aranha Moura, informou que a empresa já obteve cerca de R$ 5,7 milhões das empresas Petrobras, Usiminas/Cosipa, Bunge, MRS Logística, TGG, Telefonica, Fosfertil, Coopersucar e Cutrale. Segundo ele, faltam apenas R$ 1 milhão para a conclusão, que deverão ser oriundos de uma empresa estatal e de atuais investidores. Um dos representantes das empresas investidoras, Carlos Gaggini, assessor da presidência da Cosipa, ficou impressionado com o trabalho realizado até o momento. A gente está vendo o bom uso do dinheiro. É um orgulho da empresa em participar deste projeto. FACHADA Assim como o trabalho desenvolvido no interior do imóvel, a restauração da fachada do Teatro Guarany também segue em ritmo acelerado e deverá ser concluída dentro de 15 dias. Grande parte do minucioso trabalho de recuperação externa já foi finalizado e já pode ser parcialmente contemplado pelos munícipes. Segundo o arquiteto da Secretaria de Planejamento (Seplan), responsável pelo acompanhamento da obra, Ney Caldatto, empresas especializadas, com profissionais adequados, entre arquitetos, artesãos e restauradores, estão realizando as obras na parte externa do imóvel de 3 mil m² de área construída. Eles seguem as características originais e as técnicas tradicionais. As paredes, datadas do século XIX, não são compatíveis com materiais atuais, sendo necessária a utilização de argamassa de cal virgem. Um dos restauradores que atuam no local, Marcos Máximo, trabalha nos ornamentos da fachada. O trabalho consiste em produzir, com base em modelos originais existentes na parte de fora do imóvel, réplicas idênticas compostas de areia peneirada e cimento. O material é o mesmo utilizado nos originais. Todas as réplicas são exatamente iguais às originais, explica Máximo. O novo visual do Guarany já começa a gerar expectativa entre os munícipes e comerciantes do Centro. Espero que a recuperação do teatro valorize a área e atraia público. Todo patrimônio restaurado é importante para o Centro e para a cidade, diz otimista o proprietário do Sebo Dom Pedro II, Jorge Alberto Alves.