Novas tecnologias podem trazer danos à saúde auditiva
As tecnologias no ramo eletrônico avançam a cada dia. Já teve a febre do walkman, depois do disckman e atualmente estão na moda os iPods e tocadores de Mp3. Esses aparelhos estão cada vez menores, porém os danos causados à saúde auditiva dos usuários vêm crescendo. De acordo com a otorrinolaringologista Graça Maria Caldeira Florenzano, do Centro de Referência em Saúde Auditiva, o problema não está diretamente ligado ao aparelho, mas aos acessórios. A capacidade de memória dos Ipods e Mp3 alguns chegam a armazenar milhares de músicas - e a maior durabilidade das baterias utilizadas, permitem o uso continuado do aparelho por horas seguidas. Como exemplo, a médica cita o lançamento de bateria da marca Apple que dura até 20 horas. Outro fator que também pode trazer prejuízos à audição é o design dos fones de ouvido, criados para serem colocados dentro da orelha. Os fones de inserção são mais perigosos porque potencializam o som, aponta Florenzano. A especialista explica que quando a fonte sonora é externa (como a dos fones antigos) há perda de energia vibratória no caminho. O que não ocorre quando o fone fica dentro da orelha. A energia entra toda no ouvido, prejudicando ainda mais. Além disso, os fones modernos não são tão eficientes quanto os modelos mais velhos na hora de bloquear o som ambiente, como barulho dos carros em uma rua movimentada, por exemplo. Por isso, o usuário aumenta cada vez mais o volume quando utiliza acessórios pequenos, garante a otorrino. DANOS Apesar dos Ipods terem chegado ao mercado recentemente os problemas auditivos decorrentes do uso de fones é antigo. Em 1996, pesquisa realizada com 908 estudantes de São Paulo apontava que 64% deles usavam fones de ouvido, sendo que 18% recorriam exclusivamente a esse tipo de acessório para ouvir música. Dos 18%, 9,4% já apresentavam algum comprometimento auditivo. Os abusos levam à degeneração das células sensoriais localizadas na cóclea (estrutura mais interna do ouvido). Os excessos transformam a energia vibratória em estímulo elétrico, que é transmitido ao cérebro. Quem, ao desligar o equipamento, teve a sensação de perda auditiva transitória, já deve ficar atento, alerta a médica.