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Negros: de excluídos a líderes

Publicado: 19 de novembro de 2001
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Trinta e dois anos após a assinatura da Lei Áurea, a Cidade era conhecida como ‘Terra da Liberdade e da Caridade’. Alguns atribuem o fato à receptividade aos negros que almejavam igualdade social, como o líder abolicionista Quintino de Lacerda. Ex-escravo, ele foi o primeiro vereador negro eleito do Município (1895) e enfrentou a rejeição por ter sido analfabeto, mas soube defender seus direitos recorrendo sempre à Justiça. Esmeraldo Tarquínio também mostrou os valores da raça. Ele foi o último prefeito eleito no Município (45 mil votos) mas, antes que assumisse, foi cassado pela ditadura militar. Quando reconquistou a autonomia política, em 1984, revitalizou a Cidade através do turismo. Tarquínio foi, ainda, advogado, contador, jornalista, vereador, deputado e cidadão honorário em Springfield (EUA). O salão nobre do Paço Municipal tem o seu nome. VALORES Mostrar o valor e a essência da cultura negra sempre foi desafio para o repórter fotográfico, Antônio Vargas. Um de seus grandes trabalhos foi A Nação de Zumbi, ensaio com 310 fotos que abordavam o negro na África e sua chegada ao Brasil. Vargas também é o idealizador e diretor do Balé Afro na Cidade, criado em 1985 com o objetivo de mostrar a riqueza e a origem da cultura negra, através da música e dança. Instituído pela Lei nº 1.328 de 1994, mas atuante desde 1987, o Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra é outro segmento a lutar pelos valores e direitos dos negros, assessorando o Executivo em questões relativas à comunidade. O órgão é o mais antigo, desta natureza, na Cidade e já promoveu diversas ações como os projetos Hip Hop e Capoeira nas Escolas.