Nai: um ano promovendo a recuperação de jovens infratores
Com a proposta de agilizar o atendimento ao jovem infrator e sua família, realizar ações preventivas e promover a sua recuperação, o NAI-Santos (Núcleo de Atendimento Integrado) completa um ano de funcionamento nessa sexta-feira (30), com o índice de 3,9% de reincidência entre 254 jovens, de 12 a 21 anos, custodiados desde sua inauguração, segundo dados da diretoria da unidade. Primeiro do litoral paulista, o núcleo fica na Av. Francisco Manoel, 252, em área contígua ao 2º Distrito Policial, no Jabaquara. O equipamento foi viabilizado por meio de parceria entre os governos municipal, estadual e federal e CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), e dispõe de espaços para a prefeitura (Secretaria de Assistência Social), Fundação Casa (antiga Febem), Poder Judiciário, Ministério Público, Delegacia da Infância e da Juventude e Conselho Tutelar. Para o diretor da unidade, Paulo Pereira de Sá, o índice considerado baixo de reincidência nesses 12 meses se deve à integração do trabalho. Temos relatórios anteriores à criação do núcleo que mostram alto índice. Este resultado de 3,9% é além das expectativas. Os jovens entendem que o valor na rua não compensa sobrepor ao valor que possuem dentro de casa, afirmou. Do total de adolescentes custodiados neste período - 232 meninos e 22 meninas -, 23% são residentes em São Vicente, Cubatão, Guarujá, Bertioga, Pirituba e Campinas. Eles recebem o mesmo atendimento e são encaminhados a serviços de sua cidade de origem. Os atos infracionais foram tráfico de drogas (34%), mandado de busca e apreensão (34%), crimes contra o patrimônio (32%) e crime contra a vida e lesão corporal (1%). A unidade conta com nove vagas para meninos e três para meninas. No local são realizadas audiências com os adolescentes, que recebem atendimento psicossocial, medidas socioeducativas e visita da família, também atendida por equipe técnica. Em alguns casos, há encaminhamento a escolas da rede e a serviços da saúde. Os jovens também participam de jogos lúdicos, assistem a filmes, literatura juvenil e culto religioso. O prazo legal de permanência, conforme o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), é de cinco dias. Mas a média é de 2,2 dias. Damos menos tempo para o jovem se sentir impune e o inserimos em programas de assistência social, para que não cometa outro ato infracional, afirmou o coordenador da Copro-Fam (Coordenadoria de Proteção Social Especializada em Família, Mulher, Criança e Adolescente), da Seas, Carlos Mota.