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Música e teatro festejam villa-lobos no municipal

Publicado: 5 de março de 2002
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O Trio Choratta (flauta, violino e violão) e o espetáculo teatral Amazônica – Uma Fantasia Cênica são as atrações de hoje (6), no Teatro Municipal Brás Cubas, dentro da programação da 4ª Semana Villa-Lobos. Promovida pela Secretaria de Cultura (Secult), a Semana é uma homenagem ao maior compositor da música erudita brasileira, falecido em 17 de novembro de 1959. A apresentação do Trio Choratta acontece às 19h30, no Foyer (hall de entrada) do teatro. O grupo nasceu em dezembro de 1999 com o objetivo de executar obras de grandes compositores da música clássica e popular, como Bach, Handel, Villa-Lobos, Edu Lobo, Pixinguinha, Ernesto Nazareth, entre outros. Os integrantes do Trio possuem diferentes experiências musicais: Edmur Vianna (violinista) já integrou a orquestra sinfônica; Débora Cao (flautista) tocou durante anos num conjunto de Chorinho e Marcos Canduta (violonista) tem formação jazzista. Entre as obras que serão executadas estão O Trenzinho do Caipira, Choro nº1 e Bachianas Brasileiras nº 5, de Villa-Lobos; Tico-Tico no Fubá, de Ernesto Nazareth; Polca, de Patápio Silva, e alguns choros de Pixinguinha, além de composições próprias. AMAZÔNICA... Inspirado na obra de Villa-Lobos, o espetáculo de teatro-dança tem como fio condutor a lenda amazônica do boto cor-de-rosa e será apresentado às 20h30, no Teatro Municipal, pelos alunos da Escola Livre de Artes Cênicas da Secult. Segundo a lenda, nas noites de lua cheia, o boto se transforma num elegante jovem que sai das águas para seduzir as jovens virgens ribeirinhas. O espetáculo explora o universo gestual comum ao ambiente rural, folclórico, indígena e da fauna e flora brasileira. Na peça são utilizadas as composições Chorus nº 10 (Tacataca Marajaca), Bachianas nº 5, Ao Cair da Tarde, Prelúdio nº 1, entre outras. A direção é de Egbert Mesquita e André Leahun. A Semana Villa-Lobos teve início ontem (5) e prossegue até o dia 10 com apresentações em diversos espaços da cidade, sempre com entrada franca. VILLA-LOBOS Heitor Villa-Lobos nasceu no Rio de janeiro, em 5 de março de 1887. Ainda muito criança aprendeu a tocar, primeiro numa violeta que o pai transformara em violoncelo, e depois piano e clarinete. As canções das ruas constituíam seu repertório favorito e os chorões (músicos populares) seus professores. Aos 16 anos fugiu de casa, porque sua mãe queria que estudasse medicina. Durante quatro anos levou uma vida nômade de músico, assimilando profundamente as canções afro-brasileiras do Norte. Só em 1913 voltou a se fixar no Rio, completando sua formação autodidata, sempre guiado pelo instinto, pelo conhecimento do folclore e pela admiração por Bach. Participou da Semana de Arte Moderna de 1922, realizando três espetáculos no Teatro Municipal de São Paulo; a inovação de suas composições e interpretação escandalizaram a paulicéia desvairada. Duas longas estadas em Paris – em 1923 e 1927- revelam à velha Europa uma arte selvagem, sensual e irracional. A audição dos seus primeiros choros faz sensação. Nenhum outro autor estrangeiro, vindo de um meio atrasado musicalmente, como o Brasil da época, teve tanta sorte em Paris como Villa-Lobos. Em 1932 foi nomeado superintendente da Educação Musical no Estado do Rio e em 1942 fundou o seu Conservatório Nacional de Canto Orfeônico. Dotado de uma vitalidade pouco comum, Villa-Lobos compunha a uma velocidade extraordinária: escreveu cerca de 1500 obras. Faleceu em 17 de novembro de 1959, no Rio de Janeiro, aos 72 anos.