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Mulheres abrigadas lutam para refazer suas vidas

Publicado: 9 de março de 2001
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Duas das quatro mulheres que estão hoje na Casa-Abrigo para Mulheres Vítimas de Violência da Secretaria de Ação Comunitária e Cidadania (Seac) contam que a violência praticada pelos companheiros sempre tende a aumentar. Quando levei o primeiro tapa estava grávida. Achei que ele estava nervoso por causa do bebê, que não tinha sido planejado, e deixei pra lá. Só que depois vieram o segundo, o terceiro e muitos outros. Sempre agüentei por achar que ele ia mudar, diz uma delas. Há um mês, depois de quase dois anos, de mais uma surra na frente do filho e do medo de ser morta, ela decidiu sair de casa e pedir ajuda. Quero refazer minha vida. Assim como ela, outras quatro mulheres têm histórias parecidas. Na primeira agressão a mulher tem de sair fora. Não adianta dar chance porque eles não mudam, diz uma delas, que está pela segunda vez na casa. Vivi 12 anos de violências gravíssimas, contra mim e principalmente contra meus filhos. Acontece que a Justiça tem muitas falhas. Hoje eu estou presa e ele solto, apesar de todas as denúncias. Hoje eu e meus filhos temos de viver como se fossemos bandidos, longe da nossa casa, fugidos. E a ele? Nada acontece. Casa-abrigo possibilita traçar perfil da mulher agredida A casa-abrigo, implantada há oito meses, tem possibilitado um aprendizado constante, tanto para os profissionais do Poder Público quantos para as entidades que atuam em defesa da mulher. Quando as mulheres chegam ao abrigo depois de serem agredidas sentem o impacto pela quebra do círculo da violência e por conseguirem ter um pouco de tranqüilidade. Apesar disso, uma das primeiras intervenções da equipe é trabalhar para que essas mulheres não reproduzam a violência na relação com os próprios filhos ou com as pessoas com as quais convivem. É muito comum isso acontecer, por isso é preciso estar atento desde o primeiro momento. A partir daí, nossa equipe, que conta com psicólogos e assistentes sociais, dá todo o suporte para que elas reestruturem suas vidas, com retaguarda da Secretaria Municipal de Saúde e da Secretaria de Educação. Cada caso é avaliado e acompanhado individualmente, tanto no aspecto psicológico e social quanto no jurídico. A implantação da casa-abrigo, e simultaneamente a criação da Comissão Municipal da Condição da Mulher, fortaleceu ainda mais a relação do Poder Público com a sociedade civil organizada. Tudo foi feito em conjunto, com respaldo de entidades que há muitos anos trabalham pela defesa da mulher. Além disso, e até por tratar-se de um serviço novo, fomos para outros municípios conhecer experiências que vêm dando certo. Enfim, ainda estamos aprendendo muito sobre esse assunto, tentando nos aprimorar e prestar a essas mulheres o melhor atendimento possível. Confira a programação da Semana da Mulher Hoje  14 horas – Grupo de Estudos sobre a Mulher – Mostra de vídeo e exposição de livros Local: Casa de Cultura da Mulher Negra  19 horas – Solenidade em Homenagem à Mulher Local: Câmara Municipal de Santos – Sala Princesa Isabel  20 horas – Projeto Letra Viva, com apresentação de Ligia Fagundes Teles Local: Sesc – Santos Amanhã  8 às 12 horas – Aula aberta, caminhada, torneios e demonstrações 9 horas – Clínica de Frescobol com Carla Grecco 10 horas – Massagem Facial com o terapeuta Roberto de Castro Local: Barraca do Sesc (Canal 5)  Das 9 às 17 horas – Dia da Beleza Negra, com oficinas de trança afro, corte de cabelo étnico e maquiagem Local: Casa de Cultura da Mulher Negra