Mostra fotográfica de Biga Appes ocupa o Museu da Imagem e do Som de Santos
Marcando o encerramento do Mês da Mulher, o Museu da Imagem e do Som de Santos - Miss (Avenida Pinheiro Machado, 48, Vila Mathias) recebe a exposição ‘O tempo em mim - Ocupação fotográfica Biga Appes’, com obras da fotógrafa, que comemora 35 anos de carreira. O lançamento ocorrerá nesta sexta-feira (28), às 19h, e contará com a exibição do documentário ‘Vou sair pra catar gente’, que traz um pouco da trajetória da artista, seguida de roda de conversa.
O trabalho de Biga Appes tem um olhar atento e afetuoso para as pessoas, em especial mulheres e crianças, assim como para os territórios e as forças da natureza. “A fotografia me ensinou que a beleza tem várias formas. Eu brinco que saio pra catar gente porque é uma amizade que acontece ali. E quando elas se sentem à vontade com a minha câmera a sessão de fotos se transforma em uma troca, é como um abraço, uma amizade que acontece naquele momento”.
A exposição fica aberta até 30 de abril, com fotografias em diferentes tamanhos e expostas em suportes variados. Os visitantes poderão ver obras mais recentes e antigas, coloridas e em preto e branco, exibidas em quadros, tecidos, monóculos, mostruários, álbuns artesanais, e coladas na parede, em formato de lambe-lambe. O Miss fica aberto para visitação de segunda a sexta, das 14h às 20h. Entrada gratuita.
CARREIRA
Biga Appes começou a trabalhar como repórter fotográfica em 1990, numa época em que eram bem raras as mulheres que atuavam no fotojornalismo, especialmente em Santos. Nesse período, teve fotos publicadas pela agência de notícias de O Estado de S. Paulo e nos jornais O Globo, Diário do Litoral e Jornal da Orla. Como fotógrafa contratada pela Casa de Cultura da Mulher Negra, fez a cobertura da vinda de Nelson Mandela ao Brasil.
Posteriormente, dedicou-se mais a captar imagens envolvendo questões sociais e culturais. Também produziu fotos para material promocional de dezenas de artistas plásticos, grupos de teatro, bandas de música, companhias de dança e produtores de vídeo. O seu ensaio fotográfico ‘Flores Loucas’, sobre pacientes psiquiátricas da periferia de São Vicente, foi exibido em 1998 no Encontro Internacional de Mulheres, realizado em Cuba. Em 1999, foi a única representante da América do Sul selecionada para a II Mostra Internacional de Fotografia Humanitária Luis Valtueña, com uma foto sobre catadores do lixão de São Vicente. As fotos selecionadas foram publicadas em livro na Espanha e a mostra percorreu alguns países da Europa. Outro livro que tem a participação de Biga Appes foi lançado durante a exposição ‘África em Nós’, organizada pelo Museu África Brasil, em São Paulo.
Em 2019 idealizou o projeto ‘Vou sair pra catar gente’, contemplado no Facult, que consistiu na colagem de fotos da artista em diferentes pontos da Cidade. O projeto incluiu ainda um documentário, dirigido por Cibele Appes, filha da fotógrafa, que foi premiado em 2020 no 3º Concurso de Documentários da TV Câmara e exibido nacionalmente pela emissora. Mais recentemente, fez a documentação fotográfica das filmagens do documentário ‘Salga, uma expedição alimentar litorânea’, que aborda a alimentação dos povos tradicionais, e que vem sendo exibido em eventos sobre alimentação em universidades e associações da Baixada Santista.
Esta iniciativa contempla o item 4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Educação de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS.