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Morro santa maria tem toda infra-estrutura para morar

Publicado: 22 de abril de 2004
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Nos últimos oito anos o Morro Santa Maria passou por uma série de transformações. Praticamente isolados os cerca de 3 mil moradores reclamavam ao Poder Público a falta de infra-estrutura, principalmente em termos de acesso, água, iluminação e rede de drenagem. Para quem reside no morro, o aniversário do Santa Maria, no próximo dia 30, será comemorado com muita festa. Afinal, nos quase 100 anos de existência do morro, a comunidade, pela primeira vez, tem muito pouco a reivindicar. A maioria dos moradores não cansa de elogiar as melhorias que foram realizadas pela Prefeitura. Todas as ruas foram asfaltadas, escadarias construídas e reformadas, instaladas em todas as residências energia elétrica, inclusive nas ruas e criado um sistema de transporte, por meio de peruas de lotação. Para o presidente da Sociedade de Melhoramentos do Morro do Santa Maria, Francisco de Lima, muita coisa mudou nos últimos oito anos. Os acessos eram precários e nos dias de chuva, era quase impossível chegar nas casas, comentou, lembrando que a iluminação existia apenas em alguns pontos da Rua 1, a principal. Entre as melhorias efetuadas pela Prefeitura, reivindicadas pela Sociedade de Melhoramentos, estão a implantação da rede de água, que antes era individualizada para algumas famílias, instalação de rede coletora de esgoto e implantação de um sistema de transporte coletivo, com peruas de lotação e transporte escolar, para as crianças que estudam na Vila Progresso. Segundo Francisco de Lima, uma das maiores obras realizadas pela Prefeitura que beneficiou toda a comunidade do morro foi a pavimentação da interligação do Morro Santa Maria com a Vila Progresso, conhecida como Avenida 1. Além do asfalto, a avenida ganhou iluminação em toda extensão e um muro de arrimo, em um trecho para evitar acidentes de trânsito, já que o local é ingrime, afirmou, ressaltando, também outras obras de destaque como a construção da escadaria da Rua 10 e o asfaltamento das ruas 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10. CRECHE Entre as reivindicações da comunidade estão a pavimentação da Rua 13, que serve de acesso ao morro pela Avenida Nossa Senhora de Fátima e Favela do Teteo. De acordo com a Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Seosp), está sendo elaborado um projeto para realizar uma série de melhorias no local, inclusive a possibilidade de uma ampliação para a passagem de veículos. Os moradores também estão solicitando a construção de uma creche e um posto de atendimento médico. A Prefeitura já tem planos para atender a reivindicação da comunidade. Com a construção do novo prédio da creche Regina Altman, na Vila Progresso, que receberá um maior número de crianças, inclusive do Morro Santa Maria, o antigo imóvel, utilizado atualmente pela creche, poderá se transformar em um posto médico. MORADORA MAIS ANTIGA Dona Maria Sargo de Abreu ou dona Maria do Caqui, filha de ‘seo’ Luiz do Alambique tem autoridade para falar do Morro Santa Maria, que comemora mais um aniversário no próximo dia 30. Moradora desde 14 de janeiro de 1928, data de seu nascimento, ela presenciou a transformação do morro que até a década de 50 era habitado por apenas 15 famílias que residiam nos 15 sítios existentes. Lembrando a todo momento de um passado não muito distante, quando o morro não dispunha de infra-estrutura e água, luz e pavimentação eram apenas um sonho, dona Maria fala das dificuldades em chegar à sua casa, na Rua 1, ligação elétrica 14, por uma trilha. Tudo era difícil. Tínhamos um engenho de cana e um alambique - o primeiro do morro - e qualquer produto que comprávamos lá embaixo (Cidade), tinha que ser carregado nas costas por uma trilha (hoje Caminho Particular Santa Maria) que começava na Av. Nossa Senhora de Fátima, lembrou. Se o pai de dona Maria ficou conhecido no morro pela pinga que fabricava (não tinha nome), a filha ganhou fama por ter plantado no sítio da família cerca de 40 pés de caqui. Pena que os pés estão velhos e não tem mais caqui, comentou, garantindo que o chão ficava forrado da fruta o ano todo. Mesmo sentindo saudades do morro de antigamente, com apenas 15 sítios, dona Maria, moradora da mesma casa há 76 anos, garante que nos dias atuais, com as melhorias efetuadas pela Prefeitura, o morro está muito melhor. Hoje, vivemos num paraíso. Todas as ruas estão pavimentadas, temos água, luz e iluminação nas ruas e nas escadas que têm guarda-corpo, comentou, lembrando que sua maior saudade é dos caquis que desapareceram do sítio.