Moradores separam lixo e contribuem com a preservação do meio ambiente
Os moradores do edifício Condomínio I, localizado na Rua Guedes Coelho, 78, separam diariamente o lixo reciclável do orgânico, pensando em contribuir para a preservação do meio ambiente e para a manutenção do emprego dos 60 pacientes assistidos pela Seção de Reabilitação Psicossocial (Serp), que encontram nessa coleta uma fonte de trabalho e de reintegração social. O hábito de participar do Programa de Coleta Seletiva da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam) surgiu há dois anos por iniciativa de Jairton Rezende Prado, quando assumiu a condição de subsíndico dos 36 apartamentos. "Na época, havia apenas uma lixeira suspensa na calçada, que não suportava a quantidade lixo. Ninguém separava nada, era total desperdício", reafirmou. Hoje, ao lado da entrada lateral do prédio estão alinhados sete conteinêres de 250 litros cada, dos quais os moradores utilizam quatro (com tampas azuis) para armazenamento de papel, papelão, vidros, plásticos de vários tipos, metais e alumínio por uma semana. Aos sábados, entre 8 e 9 horas, passa o caminhão coletor que transporta cerca de 200 quilos de materiais recicláveis para a Usina de Seleção, situada no Alemoa. Segundo Jairton Prado, muitas vezes os contêineres não comportam a quantidade separada e ele é obrigado a utilizar sacos para acondicionar o material excedente. "É pena que não disponho de uma área maior", observou. CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA A consciência ecológica que predomina no Condomínio I, do Conjunto Ana Costa, onde existem mais três prédios está em plena expansão. "O subsíndico do prédio localizado no número 84 (na mesma rua) também pretende adotar o mesmo método em breve", contou Jairton Prado, que tem na senhora Andréa Cristina Pinheiro Machado de Oliveira, residente no apartamento 83, a sua maior entusiasta. Ela propôs, para um futuro não muito distante, o aproveitamento da água das chuvas e do lixo orgânico como adubo nos jardins. A reciclagem foi colocada em prática, mas o lixo é entregue na sua totalidade para a Prefeitura. Dessa forma, Jairton Prado espera estar contribuindo para a manutenção dos postos de trabalho dos pacientes assistidos pela Serp, cuja atividade de seleção do lixo funciona como terapia ocupacional, além de receberem salário, almoço e condução. DA TEORIA À PRATICA O sergipano de Tabaiana, Jairton Rezende Prado, apesar de 65 anos de idade e aposentado como taxista autônomo, continua trabalhando como motorista. Há 25 anos ele ajuda a salvar vidas socorrendo doentes nas ambulâncias da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Atualmente, trabalha no PS da Zona Leste e no horário das folgas, além dos momentos de descanso, vistoria as obras de reforma que estão há três anos em andamento sobre seu comando. Morando há 18 anos no mesmo edifício, Jairton só teve condição de contribuir para ampliar a vida útil do aterro sanitário que recebe o lixo de Santos, há dois anos, apesar de estar como subsíndico há três anos. "No primeiro ano juntamos dinheiro e iniciamos a reforma do telhado e a pintura externa do prédio. Só depois comprei os conteinêres", relatou. Usando essa estratégia de primeiro mostrar serviço e aplicar bem os recursos, o subsíndico não encontrou nenhuma voz contrária a sua iniciativa de aumentar a participação do condomínio na coleta seletiva implantada pela Secretaria de Meio Ambiente (Semam) e que há muitos anos ele acompanhava com atenção pelas reportagens de jornais.