Mesa-redonda ressalta a família na prevenção e combate às drogas
A estrutura familiar é um meio eficaz para combater a ameaça da disseminação do uso de drogas. A tese foi a tônica das discussões na mesa-redonda "Co-dependência: o que é isto? A importância da família na prevenção às drogas lícitas e ilícitas", na manhã dessa terça-feira (19), no auditório da Prodesan. O evento, realizado pelo Conselho Municipal Antidrogas de Santos (Comad), teve a intermediação de um representante do órgão. Foi prestigiado por cerca de 70 pessoas que puderam, ao final do debate, fazer perguntas por escrito aos participantes. O presidente do "Esquadrão da Vida" de Bauru e da Associação das Comunidades Terapêuticas Evangélicas, pastor Edmundo Muniz Chaves, disse que a co-dependência se dá em casos de parentes próximos ao dependente de drogas. Segundo ele, algumas ações podem minimizar o problema: tentar controlar as atitudes do dependente e assumir as responsabilidades do outro (proteção). "É preciso que o co-dependente seja tratado como o usuário de drogas, procurando grupos de apoio ou terapeutas especializados. O professor de direito canônico e do trabalho da Universidade Católica de Santos (UniSantos) e membro da Pastoral da Sobriedade da Diocese de Santos e da Comissão Diocesana da Pastoral Familiar, Luiz Gonzaga Lourenço levou as discussões para o âmbito jurídico. "Quanto às drogas ilícitas, temos leis perfeitas, que seriam melhores ainda se colocadas em prática", e apresentou dados estatísticos que identificam que o país chega a vender para o exterior mais de R$ 4 bilhões em bebidas alcóolicas e cigarro, quase o dobro dos mais de R$ 2 bilhões em exportação de automóveis. "A grande virada virá do resgate dos valores morais da família", complementou Lourenço. O presidente da Federação Brasileira das Comunidades Terapêuticas (Febract) e vice-presidente da Federação Latino-Americana das Comunidades Terapêuticas, padre Harold J. Rahn, afirmou que o bom exemplo familiar, principalmente do pai, é uma parte importante na prevenção. Acrescentou que "apenas 5% dos jovens comparecem às missas" e a principal culpada é "a própria Igreja, que deveria mudar a maneira de ensinar o catolicismo".