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Livros raros são restaurados em santos

Publicado: 14 de julho de 2000
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Uma Bíblia de 1763 em alemão, uma coletânea de fotos antigas sobre o Porto de Santos e um livro com nada menos do que 366 anos! As três raridades começaram a ser restauradas, nesta semana, por profissionais da Fundação Arquivo e Memória. O laboratório fica no Arquivo Intermediário (Rua do Comércio, 87, Centro). A edição com fotografias ´Santos e a Cia. das Docas’, é de 1904. São 40 imagens retratando os trechos de Porto entre o Valongo e o Paquetá e do Paquetá ao Outeirinhos. Há flagrantes do dia-a-dia, como embarque de café, velhas locomotivas e o interior de armazéns. Ninguém identificou o autor das fotos ou soube explicar como ele foi parar em Paris. O livro só voltou para a Cidade porque o colecionador Laire José Giraud o comprou por US$ 800,00 de um `marchant´ em visita ao Brasil. Para ele, o material teria sido distribuído pela própria Companhia a empresas do setor portuário. Na época, 90% do material era inédito, por isso o reeditei. Pedi para restaurar na Fundação porque eles têm tecnologia de ponta e fazem com carinho. Depois, vou doar para o Complexo Cultural do Porto de Santos, revelou. Como a obra não está muito deteriorada, as restauradoras Adélia Alcover e Solange Bacil adiantaram que a recuperação do livro deve levar um mês. Primeiro, ele ficará uma semana numa câmara de óxido de carbono para eliminar fungos. Depois, página por página, será passado um pincel para retirada da sujeira mais grossa. Em seguida, é feita limpeza utilizando pó de borracha. As folhas de seda que intercalam as fotos serão trocadas. Já as duas outras publicações, de propriedade da Universidade Católica de Santos (UniSantos) exigirão mais técnicas e tempo, cerca de três meses. O livro ´Málaca Conquistada´ está bastante avariado, sem capa e com buracos provocados por traças ou cupins. Por isso, será feito um reinfibramento, ocupando os espaços com polpa de papel. Daí entra a tecnologia alemã: os pedaços de papel serão tingidos com uma tinta importada, para ficar o mais próximo possível da cor da página. Por outro lado, a Bíblia possui muitas colônias de fungos, marcas de umidade e algumas páginas rasgadas. Elas serão recuperadas com o papel japonês ´mino´. Após o processo, cada uma passará por um banho com água dionizada, para clareá-las. O processo de encadernação ficará a cargo da universidade. Segundo Adélia, com o trabalho, a vida útil das obras será aumentada. Mas tudo depende da conservação e do cuidado no manuseio, advertiu.