Livro retrata origem de monumento aos andradas
Histórias, fotos e fatos que envolveram a construção do monumento aos Andradas, na Praça Independência, no Gonzaga, são tema do livro que está sendo escrito pela historiadora Ana Cláudia Fonseca Brefe. Vice-presidente da Associação Internacional de Museus de História, instituição sediada em Marselha, na França, país onde fez mestrado e vive desde 1999, Ana Cláudia retratará a trajetória dos movimentos intelectuais e populares em defesa do monumento, e que resultaram na sua feitura. O texto menciona a escolha depois de concurso internacional em 1919, do arquiteto Gaston Castel e do escultor Antoine Sartorio, responsáveis pela obra, inaugurada em 7 de setembro de 1922. O livro, em edição bilingüe (português-francês) tem lançamento previsto para setembro, em Santos, como parte da programação do 10º aniversário da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), parceira na obra. A autora lançará o livro também na França. Será numa época oportuna , disse, lembrando a comemoração do Ano do Brasil na França, aberto em março deste ano, com o tema Brasil, Brasis. Trata-se de projeto do governo francês que, desde 1985, homenageia diferentes países. Segundo Ana Claudia, a idéia da pesquisa surgiu em 2002, depois de uma conversa com a diretora do Museu de Marselha, Myriame Morel-Deledalle, que comentou sobre o monumento santista, realizado pela dupla Gaston-Sartório dupla que também foi responsável por inúmeras obras espalhadas pelo sul da França. Seu interesse também foi despertado pelo fato do historiador Affonso dEscragnolle Taunay ter sido o mentor intelectual da homenagem aos Andradas. Taunay foi diretor do Museu Paulista, entre 1917 e 1945, e já havia sido alvo de pesquisa para a tese de doutorado de Ana Claudia. Taunay reestruturou o Museu Paulista e foi uma figura fundamental para a preservação da memória brasileira. Conhecer seu trabalho foi meu ponto de partida para o estudo dos acontecimentos que cercam a construção do monumento, disse. A historiadora destacou que já em 1893 acontecia um movimento favorável à construção do monumento em Santos, Cidade dos Andradas. Apenas em 1915, uma lei federal criaria a Comissão Executiva do Monumento. Em 1919, foi lançado o concurso internacional e dois anos depois a pedra fundamental. No centenário da Independência, em 1922, foi inaugurada a obra, conta a historiadora. PARCERIA O livro está sendo feito em parceria com a Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), Prefeitura de Santos, por meio da Secretaria de Comunicação (Secom), responsável pela montagem, diagramação e design da obra, e Associação Internacional de Museus de História. Ana Claudia conta ainda com o apoio da região francesa de Florence-Alpes-Côtes dAzur.