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'Lendas' marcam presença no Santos Arte Preta

Publicado: 16 de novembro de 2025 - 18h24
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O Centro de Cultura Patrícia Galvão passou dias que ficarão guardados na memória coletiva da Cidade. Desde a última sexta (14), em meio a encontros, ritmos e afetos, o festival Santos Arte Preta celebra a força de uma ancestralidade que segue viva e pulsante, abrindo caminhos para o presente e para o futuro. O festival segue até esta segunda-feira (veja programação abaixo). Duas lendas da arte preta, o cantor Tony Tornado, e Mestre Sombra foram as grandes estrelas do festival realizado pela Secretaria de Cultura (Secult).

O guardião de tantas histórias e responsável por difundir a arte da capoeira mundo afora, Roberto Teles de Oliveira, o Mestre Sombra, recebeu uma justa homenagem da Prefeitura de Santos, no sábado (15), pelas mais de seis décadas de dedicação à formação de crianças, jovens e adultos na arte. “Trabalhei a vida inteira para levar a capoeira para o mundo, mas sempre com Santos em meu coração”, declarou Mestre Sombra.

“Através da capoeira, Mestre Sombra ensina os mesmo valores que recebemos de nossos pais: amor, disciplina, companheirismo, dedicação e respeito aos mais velhos. Ele é alguém que sempre merece ser exaltado e celebrado”, comentou Conceição Calixto, coordenadora de Festas e Eventos Populares da Secult, responsável pela entrega de uma placa ao homenageado.

OS TORNADOS

Mais tarde, um outro instante que arrebatou corações foi o show de Tony Tornado. Acompanhado do filho Lincoln e banda Funkessência, Tony surgiu no palco como um verdadeiro vendaval — firme, vibrante e gigante. A cada música, sua voz carregava luta, vivência e orgulho. No meio da apresentação, o cantor recebeu uma surpresa: uma camisa do Santos FC, entregue pelas lendas do futebol Abel e Edu. Tony não se segurou e chorou abraçado aos seus ídolos.

“Minha relação com Santos FC e com a cidade de Santos vem de muito longe. Nasci em Mirante do Paranapanema, e, quando era possível, vinha para cá jovemzinho. Depois, morei aqui, no Canal 3. Se for falar do SantosFC, então, posso ficar horas aqui. É um amor muito grande”, declarou o cantor.

Dentre tantas atrações de destaque, o Santos Arte Preta se iluminou com presenças de Hélio de la Peña, que trouxe sua inteligência afiada e sua sensibilidade disfarçada de humor; Nelson Triunfo, que fez o público vibrar ao reencontrar um dos pais do movimento hip-hop no Brasil, e o escritor Paulo Lins, que retratou como ninguém a realidade da favela, além dos cantores Marquinho Sathan, que balançou o público com sua voz carregada de alegria, e Hildon, com sua musicalidade singular.

Ainda vale ressaltar as presenças da nova Embaixadora de Carnaval de Santos, Valéria Valenssa, e da rainha de bateria da Paraíso do Tuiuti, Mayara Lima, que brilharam em suas participações, distribuindo graça e carisma por onde passavam.

CAMINHADA HISTÓRICA

Outro ponto de destaque da programação do festival foi a Caminhada dos Quilombos de Santos, que foi realizada neste domingo (16). A atividade conduzida pela Tur Mochilando Afroculturas levou muita gente para uma imersão nas memórias e trajetórias que marcaram a presença negra na formação da Cidade.

Durante o trajeto, foram apresentados detalhes históricos sobre os Quilombos do Pai Felipe, do Jabaquara e do Santos Garrafão, além de relatos sobre as lideranças e resistências que fizeram desses territórios símbolos de luta e liberdade. Ao percorrer as ruas e ouvir os relatos de luta, esperança e reconstrução, o público caminhou não apenas pela Cidade, mas pela história.

Cada parada parecia abrir uma janela para o passado, revelando trajetórias que ainda sustentam o presente. Para a especialista em RH Meire Rose, moradora de São Paulo, a caminhada foi um momento transformador — uma oportunidade de sentir, entender e honrar a resistência negra. “Vir a Santos, que é uma cidade que eu amo, e ter a oportunidade de conhecer toda essa história foi uma experiência ótima”.

Já o artesão Ronaldo Alves ficou tocado com a história do Quintino de Lacerda, ex-escravo que se tornou herói abolicionista, líder do Quilombo do Jabaquara, primeiro vereador negro do Brasil. “Fiquei feliz de saber que nasceu em Sergipe, assim como eu. Lacerda foi um grande homem, que lutou pelos seus ideais. A história dele é muito forte”.

ÚLTIMO DIA

A programação do Santos Arte Preta se encerra nesta segunda-feira (17). No Cine Arte Posto 4 (orla da Praia do Gonzaga), às 16h, 18h30 e 21h, rolam exibições do longa-metragem ‘Trilha sonora para um golpe de estado’.

No lado de fora da sala de cinema, das 14h às 17h, o público poderá retirar livros e fazer doação no stand do Leia Santos. Já o Museu da Imagem e do Som de Santos, às 19h, tem exibição do curta-metragem ‘O Sonho de Clarice’.

 

Esta iniciativa contempla o item 4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Educação de Qualidade. Conheça os outros artigos dos ODS

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