Lavanderia comunitária garante renda e resgata autoestima
A satisfação de poder quitar o primeiro aluguel de uma casa para morar com os filhos, após viver cerca de dois anos de favor, faz grande diferença na história de Cláudia Roberta de Souza Pinheiro. Com sorriso largo, não esconde a felicidade de ter um endereço só seu, no Macuco. Ela é uma das dez mulheres santistas que tiveram a vida transformada graças à Lavanderia 8 de Março, equipamento comunitário da prefeitura.
Com quatro filhos, Cláudia encontrou dificuldades para conseguir emprego fixo por muito tempo. Endividou-se na antiga moradia e por dois anos precisou ficar na casa do pai, onde ela e as crianças pequenas dividiam o espaço com onze pessoas. “A lavanderia me abriu novos horizontes, transformou o meu mundo e a autoestima. Hoje, me sinto independente, sabendo que posso garantir o sustento dos meus filhos”.
E a mudança para melhor na vida de cada participante do projeto se confirma em cada depoimento. Com Andréa Ferreira da Silva Almeida, que mora na Vila São Bento com os dois filhos, não foi diferente. Ela estava desempregada havia mais de cinco anos e há dois encontrou a oportunidade de se capacitar na lavanderia.
“Eu cheguei aqui desesperada. Agora estou segura, estabilizada. Sei que posso fazer uma prestação, pagar as contas e não deixar faltar alimento para os meus filhos. Comprei cama e televisão. Gosto do trabalho que faço”. E as mudanças na vida de Andréa não se limitam aos bens materiais. Ela resgatou a confiança em seu potencial e voltou aos bancos escolares. Atualmente, cursa o 8º ano do ensino fundamental na escola municipal Mário de Almeida Alcântara, no Valongo.
Inauguração
A Lavanderia Comunitária foi inaugurada pela prefeitura em janeiro de 2009 com a missão de proporcionar geração de renda e condições dignas de trabalho para mulheres em vulnerabilidade social. Elas trabalham em sistema semelhante ao de cooperativa, pelo qual o lucro permite que a renda mensal de cada uma gire em torno de dois salários mínimos.
A gestão do equipamento é responsabilidade da Seas (Secretaria de Assistência Social). A prefeitura também custeia o aluguel do imóvel e as contas de água, luz e telefone. A compra do material para lavar e passar as roupas, com prioridade para produtos ecologicamente corretos, é viabilizada por recursos municipais, do Fundo Estadual de Assistência Social e de parte do lucro que as participantes separam mensalmente para tal finalidade. Elas também reservam parte do lucro para a manutenção do maquinário, entre outras prioridades.
As mulheres são, na maioria, encaminhadas à lavanderia comunitária por profissionais de equipamentos da Seas. Todas são treinadas, além de consultoria do Sebrae. O espaço conta com três máquinas industriais, sendo duas para lavar e outra para secar. Há também sete máquinas domésticas de lavar e sete de secar, além de duas passadeiras industriais.
Preços
Os preços cobrados para o consumidor são acessíveis. Para lavar um blazer, o custo é R$ 4,50, igual valor para passar. Lavagem e secagem completas de um vestido social sai por R$ 15,00. As máquinas suportam também artigos mais pesados, como travesseiros, por R$ 8,00, e cobertor ou edredon de casal, por R$ 18,00. A lavanderia funciona de segunda a sexta, das 8h30 às 17h, na rua Amador Bueno, 309.