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Jabaquara completa 101 anos de orgulho e tradição

Publicado: 9 de agosto de 2006
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Tranqüilidade aliada à praticidade e tradição. Assim é o Jabaquara, bairro tipicamente residencial que nesta quinta-feira (10) completa 101 anos de muita história. Fazendo divisa com a Vila Mathias, Vila Belmiro e Marapé, possui quase 5 mil moradores, incluindo os do Morro do Jabaquara. O bairro abriga marcos importantes da Cidade, como a Santa Casa de Misericórdia de Santos, a primeira da América Latina; Centro de Treinamento Rei Pelé, do Santos Futebol Clube; Estádio Ulrico Mursa, da Portuguesa Santista; e o Túnel Rubens Ferreira Martins, que será recuperado pela Prefeitura de Santos, por intermédio da Secretaria de Obras e Serviços Públicos (Seosp). Um dos pontos que mais favorecem a população é o transporte. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), 20 linhas de coletivos atendem o Jabaquara: 7, 10, 17, 19, 23, 25, 37, 52, 54, 61, 73, 77, 100, 118, 152, 153, 156, 181, 191 e 194, além de quatro linhas de autolotações regulamentadas que circulam no morro. Na área da saúde, a Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jabaquara desenvolve importante papel. Apenas em junho deste ano foram realizados 1.062 atendimentos, sendo 393 de clínica geral, 230 de pediatria e 439 de ginecologia. Além disso, outros oito pacientes foram atendidos pelo Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD). O Pronto-Socorro Central também funciona no bairro. De janeiro a junho foram feitos 62.757 atendimentos de clínica médica, dando uma média de 10.500 atendimentos mensais. Isso representa cerca de 350 atendimentos por dia. DESCOBRINDO A VIZINHANÇA A Creche Candinha Ribeiro de Mendonça desenvolve um projeto em que os pequenos visitam os aparelhos turísticos da Cidade. Porém, de acordo com a diretora Denise Seoane Costa, surgiu a necessidade de levá-los para conhecer lugares mais familiares. Com isso, surgiu o projeto Descobrindo a Vizinhança, em que as 109 crianças, conhecem o bairro em que vivem. Como nós temos pouco espaço, utilizamos o próprio bairro para fazer estudos do meio, conta Suely Silva Rosner, coordenadora pedagógica da creche. As crianças fazem passeios pelas ruas com viseiras e bandeirinhas em datas especiais, usam a quadra da CPFL para atividades físicas e freqüentam o Centro de Formação do Apostulado de Santos (Cefas). Lá, as crianças entram em contato com o meio ambiente, fazem piqueniques e também desenvolvem a cidadania, como na verificação de água parada, para evitar a proliferação do mosquito da dengue. Elas adoram vir aqui, conta a monitora Cláudia Gonçalves Oliveira de Souza. Já a colega Gisela Aparecida Santiago de Souza ressalta outro ponto: É importante que elas conheçam sua história e o ambiente em que vivem. A gente vê que o projeto dá resultados. Elas sabem os ônibus que passam aqui e ficam orgulhosas de apontar onde moram. PARA O RESTO DA VIDA Morando no Jabaquara há 36 anos, a dona de casa Genivalda Bezerra da Silva Florentino gosta muito do bairro e ressalta o sossego como um ponto forte. Os três filhos e sete netos nasceram no Jabaquara e brincavam com tranqüilidade na rua. Aqui é muito bom, todo mundo se conhece. O número de coletivos também favorece muito o local, segundo ela, já que passa perto de casa e para todos os cantos da Cidade. Ela não troca sua casinha por nada. Ah, eu amo muito esse bairro. Se eu puder, pretendo ficar aqui para o resto da minha vida. HISTÓRIA O Jabaquara, que começou a ser ocupado entre 1920 e 1930, é uma importante referência nacional da abolição dos escravos. Nas proximidades da Avenida Rangel Pestana e da Rua Teodoro Sampaio havia o Quilombo do Jabaquara, liderado pelo ex-escravo Quintino de Lacerda. A casa foi criada em 1881 e reuniu escravos foragidos da região. A palavra Jabaquara é uma expressão tupi que vem de Yâb-a-quáram, que significa esburacado. É uma referência aos declives das margens do Rio Jabaquara, formados pelas águas no solo argiloso. O riacho nascia na encosta dos morros Fontana e São Bento.