Inédito, Plano Municipal de Esportes com metas para dez anos é entregue à Câmara de Santos
Thadeu Aguiar e Wellington Alexandre
Uma das grandes paixões do santista é, sem dúvida, o esporte. Não é para menos. A Cidade, que ficou famosa por ter um dos melhores times de futebol do mundo, o Santos FC, e o maior jogador de todos os tempos, o Rei Pelé, é pioneira em práticas como o surfe, remo e a canoa havaiana, onde nasceu o tamboréu, além de equipes, atletas olímpicos e paralímpicos que fizeram e fazem história no País. É palco de grandes competições esportivas, referência em projetos inclusivos e conta com sete quilômetros de uma encantadora orla para correr, pedalar e se exercitar das mais diversas maneiras.
Agora, a Prefeitura deu mais importante passo para promover a inclusão, saúde, desenvolvimento e fortalecimento do segmento com a elaboração do Plano Municipal de Esportes (2026 – 2035), onde estão descritas ações planejadas, estruturadas e sustentáveis para que a prática esportiva beneficie toda a comunidade, democratizando o acesso às atividades e apoiando a formação de atletas de alto rendimento.
Com a ajuda da multicampeã Beth Gomes, o prefeito Rogério Santos entregou, nesta segunda-feira (18) na Sala Princesa Isabel, no Paço Municipal, o plano para o presidente da Câmara, Adilson Júnior, que o levará à apreciação do Legislativo.
“Santos não tem dúvida: é uma das Cidades mais esportivas do Brasil. Esse plano foi feito por toda a sociedade santista, com orgulho da nossa formação, das nossas parcerias e com o olhar voltado para o futuro do esporte na Cidade”, afirmou o prefeito.
HOMENAGENS
Na cerimônia, houve ainda homenagem ao secretário municipal de Esportes, Rogério Sampaio, pelos 33 anos da conquista da medalha de ouro olímpica em 1992, em Barcelona.
Além disso, Santos recebeu o troféu de primeiro lugar como a cidade com o maior número de corridas realizadas na região, entregue pela Federação Paulista de Atletismo, bem como o certificados pelo segundo lugar entre as cidades com maior número de participantes em corridas e o terceiro lugar como organizadora com melhor avaliação técnica na região.
DEZ DIRETRIZES
A elaboração do plano começou na primeira quinzena de fevereiro com a criação do grupo técnico de trabalho pela Secretaria de Esportes (Semes), por meio de decreto municipal, seguido de reuniões com representantes das mais diversas áreas, apresentação e aprovação do Conselho Municipal do Esporte (Comesp), no final de junho.
O plano é composto por dez diretrizes: Práticas Corporais, Desporto de Participação, Desporto Educacional, Desporto de Formação, Desporto de Rendimento, Desporto Adaptado, Infraestrutura, Recursos Humanos, Financiamento e Memórias Esportivas.
“Santos respira esporte e tem uma população que sabe a importância da atividade física, da boa alimentação e da qualidade de vida. Com esses planos e metas, podemos organizar o esporte na Cidade, com impacto de até 20 anos. Até agora não temos planos vindos dos governos estadual e federal. Colocamos no papel o diagnóstico, as metas a serem alcançadas e as ações a serem realizadas”, declarou Sampaio, salientando que o plano marcará sua trajetória como atleta e gestor esportivo, representando um marco para a história esportiva santista.
Inclusão é parte essencial do plano
A inclusão é parte essencial do plano. “Não estamos falando apenas de esporte paralímpico, mas da inclusão de pessoas com autismo ou síndrome de Down, por exemplo, com diretrizes específicas para todos”, explicou Sampaio.
O plano foi, inclusive, revelado para o conselheiro nacional de Esporte do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Humberto Panzete, especialista em políticas públicas e graduado em Filosofia e Educação Física. “Ele disse que conhecia algumas cidades que desenvolveram um plano, mas nenhuma com a maturidade que nós apresentamos”, contou o titular da Semes.
CONTRIBUIÇÃO
Uma das aliadas na elaboração do documento foi a ex-secretária de Educação, Cristina Barletta, com a expertise de quem participou da elaboração do Plano Municipal de Educação de Santos (2021 e 2031). Ela destacou algumas particularidades de Santos como ser a cidade mais feminina do Brasil e o alto número de idosos, que representam 25% da população, um dos índices mais elevados do País. “Tivemos representantes de todas as secretarias, sociedade civil, universidades, conselhos, para elaboração de um plano com amplitude, pensando na Cidade como um todo”.
ESBOÇO
Outro motivo da rapidez do projeto está relacionado ao esboço já pensado pelo dirigente da Semes Marcelo Rossi, entre 2022 e 2023. “Precisávamos de uma lei, de uma diretriz que pudesse ser seguida, independentemente de governo. Quando eu pensei, eram quatro diretrizes, e agora são dez, conseguimos contemplar a todos. Agora temos um caminho a seguir, monitorar e soluções na busca de recursos”.
Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde e Bem-Estar. Conheça os outros artigos dos ODS