Ilha diana completa aniversário e mantém tradições
O bairro da Ilha Diana, na área continental de Santos, que começou a ser ocupado por pescadores no início do século passado, celebra aniversário no próximo dia 15. Não há registro específico da data de fundação da comunidade, formada no final da década de 30 e que abriga hoje cerca de 150 moradores, vivendo em tranquilidade e em interação com a natureza. Preservando a tradição do local, há 54 anos, no mês de agosto, ocorre a festa do padroeiro Bom Jesus, em agradecimento ao ano que passou. E, desde 2006, a ilha está no roteiro da Barca da Cultura, atividade promovida pela prefeitura que leva entretenimento e ações culturais aos moradores da área continental. O bairro também ganhou no ano passado canteiros e um viveiro de orquídeas e bromélias, num projeto desenvolvido pela Embraport com apoio da administração municipal. No espaço são desenvolvidos cursos de jardinagem e paisagismo. "O ensinamento é importante para cuidar da natureza e, quem sabe, para um futuro emprego", disse a pescadora e comerciante Patrícia dos Santos. A comunidade é dotada de uma USF (Unidade de Saúde da Família), com 51 famílias cadastradas, e da escola municipal Rural Ilha Diana, que atende 20 alunos dos ensinos infantil e fundamental, além de promover desde 2007 a educação de jovens e adultos por meio do Ensino a Distância. "Os médicos são muito atenciosos e a escola oferece diversas atividades nos finais de semana (Escola da Família), que até os adultos participam", ressalta a dona de casa Sara Caroline Pereira Querino de Santana. Nascida e criada no local, ela saiu da ilha para morar em Guarujá quando casou, mas retornou há três anos. "Não acostumei com a agitação da cidade". A tranquilidade e a segurança do bairro também são destacadas pelo presidente da Sociedade de Melhoramentos da Ilha Diana, Evaldo Domingos, morador há 36 anos do local. "Para a gente é o melhor lugar para se viver, pois é sossegado. Ninguém quer sair daqui". HISTÓRIA Os primeiros moradores ocuparam a ilha depois que foram desalojados das imediações da Bocaina e Saco de Embira, quando foi preciso ceder o espaço para a construção da Base Aérea de Santos e do campo de aviação, nos terrenos que pertenciam à Marinha. No início, foi chamada de Ilha dos Pescadores e por estar situada no Rio Diana acabou incorporando o nome. "Os moradores antigos contavam uma lenda que o nome da ilha é por causa de uma índia chamada Diana, que habitava por aqui", explica Altidório Querino, morador há 59 anos.