Iinclusão ganha destaque em Santos no Dia do Profissional de Educação Física
O Dia do Profissional de Educação Física, celebrado nesta quarta-feira (1º), tem um significado especial neste momento em que são realizados os jogos paralímpicos de Tóquio, no Japão.
É com o apoio desses profissionais que muitos atletas, reconhecidos ou anônimos, conseguem elevar a autoestima, a confiança e atingir boas condições físicas e emocionais para viver bem ou chegar a uma medalha olímpica.
Em Santos, a Secretaria de Esportes (Semes) conta com 90 profissionais dedicados à Educação Física em esportes convencionais, adaptados ou mistos.
Na opinião do chefe da Seção de Esportes Adaptados da Prefeitura, José Cícero França da Silva, a data reforça a convicção de que o trabalho do profissional de Educação Física pode mudar a vida das pessoas. Não se trata de uma opinião qualquer. Mestre Cícero, como é conhecido, dedica-se há quase 30 anos à inclusão de atletas com deficiência por meio do esporte.
Professor de natação, basquete, capoeira e ginástica, tudo voltado pessoas com deficiência, Cícero conta como vem auxiliando jovens a vencer dificuldades físicas e emocionais. “Temos um atleta tetraplégico que hoje nada perfeitamente e com total autonomia. Também temos uma aluna que tem deficiência auditiva e que estou preparando para disputar a próxima surdolimpíada e tantas outras pessoas incríveis como o Fernandinho, que frequenta as aulas há mais de 20 anos. São alunos de sete anos em diante que não desistem porque a aula é uma terapia, um momento de descontração que vai muito além da questão física”, destaca.
Mestre Cícero se sente também realizado. “O aprendizado é mútuo, eu ajudo a mudar a vida deles e eles me ensinam tanto, que mudaram a minha vida. Depois que comecei a trabalhar com pessoas com deficiência e me apaixonei, criei tanto amor que é até difícil pegar turmas convencionais”, conta.
Para aqueles que sonham em cursar Educação Física, mestre Cícero deixa uma mensagem.
“Meu pai queria que eu fosse engenheiro. Cursei engenharia por dois anos e abandonei porque decidi ser um profissional de Educação Física. Se me arrependo? Não. Eu faria tudo de novo porque amo a minha profissão”.
A importância do esporte também é reforçada pelo secretário de Esportes, Gelásio Ayres Fernandes Jr, ele mesmo um profissional da área. “O trabalho que a Semes desenvolve, em especial aquele realizado com pessoas com deficiência, é essencial também para idosos e jovens nas comunidades mais carentes, porque ajuda a transformar a vidas”.
RETOMADA
Até o início da pandemia, a Semes realizava em média 12 mil atendimentos mensais em mais de 50 modalidades, além de organizar os tradicionais campeonatos santistas de Pedestrianismo, Águas Abertas e Triatlo, dentre outros torneios. Por trás desses números estão, em grande parte, profissionais de Educação Física que estão nas salas de aula, quadras e piscinas, além de escritórios com a missão de conduzir as atividades para o público.
Com a flexibilização das restrições impostas pela pandemia, as atividades estão sendo retomadas com respeito às normas sanitárias de combate à covid-19. Em agosto foi iniciado inédito curso de esgrima e outras modalidades devem ser anunciadas em breve.
