Idosa pratica exercícios em programa santista e aposenta bengala
Kauany Priscila da Silva
Fazer exercício é bom, mas se exercitar brincando é muito melhor. Esse é o lema do projeto Viva a Vida, da Secretaria Municipal de Esportes (Semes), que há seis anos leva idosas dos bairros Saboó e Santa Maria a gastar energia de forma descontraída. Parado desde o início da pandemia do coronavírus, o grupo retornou às atividades neste ano, para a felicidade das alunas.
As munícipes praticam a chamada “ginástica recreativa”, à base de alongamentos, exercícios com música e dança, numa aula de 50 minutos comandada pelo professor Márcio Bernardes, que é técnico desportivo em recreação e lazer na Seção de Escolas de Monitoria de Lazer Esportivo (Semol), da Semes.
“A ideia é trabalhar recreação, jogos, brincadeiras e dança, que são atividades que contribuem com as capacidades físicas e o bem-estar biopsicossocial do idoso”, explica o professor. Segundo Bernardes, atualmente o grupo conta com 20 alunas, número que já foi maior antes da pandemia. “Participavam umas 40 pessoas. Se não fosse o coronavírus, já estaríamos com mais de 50 alunos”.
SAÚDE E AMIZADES
A dona de casa Celina Martins, 71 anos, participa do projeto desde 2016. “Eu andava muito triste e aborrecida com alguns problemas familiares quando duas amigas me convidaram para vir. Eu vim e olhei meio assim, mas o pessoal foi muito atencioso, me chamou, falou: ‘Vem, vem participar’. Nunca mais saí. Hoje estou muito alegre, não tem mais tristeza aqui”.
Para ela, o projeto é importante não só pela saúde que proporciona às participantes, mas também pelos amigos que fez ao longo dos anos. “Nós conquistamos muitas amizades sinceras aqui. Digo que é a minha segunda família porque me dou bem com todo mundo. Aqui tenho com quem conversar, com quem me abrir”, afirmou a dona de casa.
Celina diz que se faltou três ou quatro vezes ao longo dos seis anos foi muito. A participante é tão assídua que ganhou o carinhoso apelido de “chefa” das colegas, amigas que conhece como a palma da mão. “Tem gente que entrou aqui com depressão e está muito melhor. A Laurinda, quando começou, usava bengala. Hoje não precisa mais”.
Laurinda Vieira de Oliveira é a participante mais velha do projeto, com 86 anos, e confirma a história da amiga. “Há quatro anos eu vinha para a aula de bengala, até que um dia eu esqueci”. Neste momento, o professor Márcio interveio. “Se esqueceu é porque não precisa mais!”. Segundo Laurinda, “as aulas dele me deixaram inteira de novo”.
AULAS
As aulas do projeto Viva a Vida são livres, gratuitas e não é preciso fazer inscrição para participar, basta comparecer. O grupo se reúne às terças e quintas-feiras, das 14h30 às 15h30, na Escola Estadual Padre Bartolomeu de Gusmão (Rua Itanhaém, 364, Saboó), e às segundas e quartas, das 9h às 10h, na Sociedade de Melhoramentos do Jardim Santa Maria (Rua Viriato Corrêa da Costa, 116).