Historiadora doa trabalho sobre joão éboli para a fams
O nome do italiano João Éboli não está perpetuado na história da Cidade apenas por ter construído, por volta de 1883, a casa acastelada sobre a rocha que sobrou do Outeiro de Santa Catarina, marco da fundação de Santos. Ele foi médico de grande prestígio, chegando a fundar em São Paulo a Sociedade Italiana de Beneficência. Seu nome está relacionado ao transporte coletivo por tração animal; à criação das primeiras linhas de bonde; à instalação do serviço de iluminação pública por eletricidade - em substituição ao gás de hulha -, e à primeira Caixa Econômica da Cidade. Éboli foi ainda vereador em 1892, republicano e abolicionista dos mais ativos. Defendia suas idéias em discursos inflamados, além de abrigar escravos no porão de sua casa. Essas e outras curiosidades estão agora à disposição do público no Arquivo Intermediário (R. do Comércio, 87) da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), que nessa quinta-feira (16) recebeu em doação da tese João Éboli: uma vida interessante, elaborada no ano passado por Renata Cristina Silva para a conclusão do curso de História da Universidade Católica de Santos (UniSantos). A escolha do tema foi obra do acaso e surgiu ao ler, no Diário Oficial de Santos e no Jornal A Tribuna, matérias sobre a visita de Luciano Éboli, sobrinho neto de João Éboli. Achei o assunto interessante, mas a minha orientadora, a professora Wilma Therezinha de Andrade, achou que seria um trabalho difícil devido às poucas informações, comentou Renata, confidenciado que foi justamente essa questão que a estimulou. DOCUMENTOS Ela enviou e-mail para Luciano, que mora na Itália, e, dois meses depois, quando veio a resposta, soube que receberia cópia de documentos e de cartas escritas pelo médico para a família, residente na Europa. O material foi traduzido e também integra o trabalho, no qual se destacam ainda a árvore genealógica, relatórios de cirurgias realizadas pelo médico na Santa Casa, reproduções de fotografias da época, além de matérias jornalísticas enfocando a família e João Éboli, que faleceu em 1923, no Rio de Janeiro.