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História da usina e da escola henry borden está disponível na fams

Publicado: 26 de agosto de 2005
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Diretamente ligada ao progresso de Cubatão, de Santos e do Estado, e à história de um dos maiores pólos industriais do país, a Usina Henry Borden, construída em 1926, empresta seu nome à escola que funciona no complexo da vila residencial, responsável pela educação de profissionais que se destacam nas suas atividades. Criada há 71 anos na área residencial da hidrelétrica ainda na época em que Cubatão era distrito de Santos, a escola foi considerada a melhor da região e uma das mais principais de São Paulo. Seus alunos chegaram, inclusive, a ocupar todas as vagas oferecidas na Escola Técnica Federal de Cubatão, na década de 1990. A curiosa história da unidade de ensino da Usina Henry Borden (conhecida como Escola da Light), instalada em 23 de agosto de 1934, está disponível no Arquivo Intermediário (R. do Comércio, 87) da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams), que nessa sexta-feira (26) recebeu em doação a tese defendida pelo professor de história Paulo Roberto da Silva, que leciona na rede estadual de ensino. A escolha do tema está ligada à vida do professor, filho de um funcionário da usina, que viveu durante 11 anos na vila, de onde saiu ao completar a maioridade. A ausência de material para pesquisa não foi empecilho para Paulo Roberto, que recorreu à história da implementação da eletricidade no Estado de São Paulo e à análise da prática pedagógica, além de entrevistas com funcionários, professores e ex-alunos para traçar o perfil da escola. Dizia-se, na década de 60, que se houvesse um aluno da então chamada Escola da Light em um concurso, as outras escolas deveriam se conformar com um segundo lugar. GESTÃO TRIPARTITE Mais antiga unidade de ensino em funcionamento em Cubatão, a escola, entretanto, foi fechada no final de 2000 pela Empresa Metropolitana de Energia (Emae, antiga Light e Eletropaulo). No ano seguinte, graças à mobilização popular e a articulações políticas, a escola reabriu as portas, com uma gestão tripartite: a Emae cedeu o prédio, a Associação de Pais e Mestres se responsabilizou pela manutenção física do imóvel e a Prefeitura de Cubatão forneceu o corpo técnico e docentes. Na fase das pesquisas, Paulo Roberto surpreendeu-se com registros sobre as péssimas condições de trabalho durante a construção da usina. O local era um pântano, a malária era endêmica e as greves, freqüentes, com os operários se mobilizando para conseguir até mesmo botas, disse, lembrando que as condições melhoraram apenas uma década depois, já quando a escola começou a ser idealizada para atender aos filhos dos funcionários, a maioria dos quais imigrantes, predominando espanhóis e portugueses.