Fórum discute o combate a dengue, chikungunya e zika
A disseminação no Brasil dos vírus da febre chikungunya e da zika - doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, o mesmo da dengue – foi assunto em destaque no II Fórum Municipal de Dengue em Santos. O tema foi abordado pelo infectologista Carlos Roberto Brites, coordenador de pesquisa em virologia do Hospital Universitário Professor Edgar Santos, da Universidade Federal da Bahia, e pós-doutorado pela Harvard School of Public Health, que veio especialmente do Estado para participar do evento realizado pela Secretaria de Saúde, quarta-feira (11), na Associação Paulista de Medicina.
Na palestra “Chikungunya e Zika: Viroses emergenciais no Brasil”, Brites falou sobre a sua experiência clínica no enfrentamento dessas doenças no Estado, um dos que apresentam o maior número de casos. Para os mais de 200 profissionais de saúde da rede pública e particular reunidos no evento, o médico explicou os sintomas da dengue, da febre chikungunya e da zika, que são muito parecidos, o diagnóstico diferencial, a disseminação das doenças no globo terrestre e os avanços nas pesquisas científicas.
Conforme o infectologista, apesar de ainda não ter registros das duas doenças no Município, há muita dificuldade de se diagnosticar basicamente só com os dados clínicos. Como nunca foram diagnosticados casos dessas moléstias, existe uma grande possibilidade desses vírus desconhecidos chegarem à Cidade no próximo verão, quando os mosquitos procriam e se multiplicam com facilidade. Caso isso aconteça, o esperado é que em torno de 35% a 40% (da população) seja infectada num primeiro momento.
Preparo
O tratamento para as três é basicamente o mesmo: ingestão de muito líquido (água, sucos, chás, isotônicos) e remédios com prescrição médica para alívio de sintoma. Para o secretário de Saúde Marcos Calvo, “é importante estar preparado para enfrentar problemas de coletividade e quanto mais conhecimento disseminado, maior a capacidade de intervir e evitar agravamentos”.
“A entrada da zika e da febre chikungunya no Brasil obriga os profissionais de saúde a terem mais cuidado com o diagnóstico”, frisou a médica Alessandra de Jesus, responsável-técnica da dengue na Secretária de Saúde.
A coordenadora de Vigilância em Saúde, Ana Paula Valeiras, lembrou que a única forma de combater o mosquito Aedes aegypti é a eliminação dos criadouros, “que deve ser reforçada, já que o transmissor é o mesmo para zika, chikungunya e dengue”.
Corroborando com a opinião de Calvo, o presidente da Unimed Santos, Raimundo Macedo disse que “o desafio no combate às doenças é uma luta da coletividade e não apenas da Secretaria de Saúde”.
Homenagem a agentes
Vinte e seis agentes de controle de vetor e profissionais do IEC Dengue (Informação, Educação e Comunicação) foram homenageados durante a realização do II Fórum Municipal de Dengue, que teve o apoio da Unimed.
Eles receberam um certificado em reconhecimento ao trabalho de monitoramento realizado de janeiro a abril deste ano na Exposição Dengue, que recebeu mais de 60 mil visitantes na Casa de Frontaria Azulejada.
“Foi uma justa homenagem pelo trabalho realizado, inclusive em finais de semana e feriados. Eles passaram por uma capacitação e se empenharam bastante na disseminação de informações às crianças, adultos e turistas. Adaptaram a apresentação do conteúdo a cada público”, afirma o chefe da Seção de Controle de Vetores, Marcelo Brenna.