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Floração de algas causa manchas escuras no mar

Publicado: 30 de maio de 2003
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Muita gente, na última semana, comentou a forte coloração das águas na arrebentação de vários pontos das praias da Cidade. Atentos ao fenômeno, técnicos do Departamento de Controle Ambiental (Decontram), da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), coletaram amostras, realizando a análise do material, por meio do Laboratório de Controle Ambiental. Foi descartada a possibilidade de uma mancha de óleo ou contaminação por esgoto. A constatação é de que se trata de uma acentuada floração de algas. Por conta do constante acompanhamento das condições de balneabilidade das águas, com análises periódicas, os técnicos do Laboratório já suspeitavam do que se tratava. Para confirmar, foi feito um contato com a professora Gleyci Moser, pesquisadora do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) e docente do Centro Universitário Monte Serrat (UniMonte), que desenvolve uma série de pesquisas sobre algas. De acordo com a professora, as manchas são formadas pelo aumento da biomassa (floração) de diatomáceas típicas da zona de arrebentação. Na Baixada Santista, a microalga dominante é Anaulus sp. Este processo faz parte de um ciclo natural deste tipo de alga, não tem nenhuma relação com poluição, e é encontrado em outras praias do litoral brasileiro. Durante a passagem das frentes frias ocorre a ressuspensão do sedimento juntamente com as algas que encontram condições ótimas de luz, na coluna de água, para seu desenvolvimento, informa a especialista. A professora acrescenta que não há como prever o término da floração, e enquanto durarem as frentes frias, há ressuspensão e continua a floração. Gleyci destaca, como curiosidade, o fato de muitos pescadores seguirem estas manchas. Na expetativa da pesca da tainha e perna-de-moça, peixes que participam da cadeia alimentar da zona de arrebentação, comenta.