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Final da Taça das Favelas em Santos tem campeão inédito

Publicado: 6 de julho de 2025 - 17h19
PORTAIS

Vanessa Faro

A Taça das Favelas em Santos reuniu torcedores, familiares e pessoas de imprensa de olho nas revelações das comunidades. A final foi entre os times da Vila Gilda e do Conjunto Athiê. Centenas de torcedores em volta do alambrado assistiram e vibraram a cada lance no campo da Arena Portuários (Marapé). 

De um lado, a equipe da Vila Gilda (Rádio Clube), do técnico Enéas José Carvalho Silva, em busca do tricampeonato. Do outro, o time do Conjunto Athiê Jorge Cury (Saboó), do treinador Paulo Henrique Medina, lutando para levar pela primeira vez o título. A partida foi divida em dois tempos de 30 minutos. Apesar da garra e chances de gol, o tempo normal terminou em zero a zero. A decisão precisou ir para os pênaltis, para nervosismo dos torcedores dos dois times.

No gramado, jogadores ajoelhados em oração e olhares atentos com as cobranças de pênalti. Os atletas do Athiê souberam aproveitar melhor as cobranças.  Final: 2 a 1 para o Conjunto Athiê, campeão inédito da Taça das Favelas de Santos. O vencedor segue para a etapa estadual (leia abaixo).

“Desde 2019 sou técnico dessa equipe. Não tem nada mais gratificante do que essa vitória. Nos preparamos desde novembro. O trabalho realmente deu resultado e a molecada honrou a camisa. Falei desde o começo que eles tinham condições de levantarem a taça. O título veio só nos pênaltis, mas merecíamos que tivesse sido resolvido no tempo normal. Mesmo assim estamos muito felizes com essa conquista", disse o técnico campeão, Paulo Henrique Medina.

O capitão do Athiê, João Gabriel Pimentel Gama, 17 anos, desejava esse momento há muito tempo.  Pimentel, como é conhecido, joga futebol há 11 anos e sonha em ser jogador profissional: “Estou buscando a cada dia, lutando para conseguir realizar esse sonho. Ganhar esse título foi uma emoção grande. Primeiro título do Athiê na Taça das Favelas e estar neste elenco maravilhoso é muito gratificante".  Ele, que joga na posição de zagueiro e de primeiro volante, não escondeu a felicidade ao receber a medalha do ex-zagueiro do Santos, Domingos Nascimento: “Foi uma inspiração para todos e para mim também".

PREMIAÇÕES

Foram premiados também melhor técnico, artilheiro e melhor goleiro da competição. O treinador Enéas Silva, do Vila Gilda, levou o troféu: “Esse prêmio de melhor técnico é fruto de um trabalho em conjunto com a comissão técnica, com o professor Emerson, o professor Célio, Jackie e Ronaldo. É o nosso quarto ano consecutivo chegando à final. Esse troféu vem coroar nossa comissão. Estamos felizes pela campanha".

Yuri de Jesus, 16, do Vila Gilda, levou o troféu de melhor goleiro. “Gostaria de agradecer a diretoria e o técnico que me deu oportunidade.  Decisão por pênaltis é difícil, mas estou feliz com esse troféu".

O troféu de artilheiro, com três gols, foi para Felipe da Silva Fernandes, 16, do mesmo time. “Tenho o sonho de ser jogador de futebol. Quero tirar minha mãe da comunidade. Estou treinando e me dedicando para isso”.

A TAÇA

A competição realizada pela Central Única das Favelas (Cufa) tem o apoio da Prefeitura de Santos, através da Secretaria de Esportes (Semes). O assessor da pasta e ex-zagueiro do Santos, Domingos Nascimento, destacou a importância do evento. “Muitos daqui têm o sonho de serem jogadores de futebol e com esse projeto eles conseguem mostrar seu talento, porque aqui sempre tem olheiro, empresários. Fico muito feliz pela Secretaria de Esportes apoiar esse projeto maravilhoso. O importante mesmo é apoiar, tirar o jovem da rua e incentivar cada vez mais no esporte”.

Considerado o maior torneio entre favelas do mundo, a Taça das Favelas é realizada em vários estados do Brasil, mobilizando mais de 800 mil jovens. Para participar, os atletas precisam seguir alguns critérios como estudar e fazer parte de um projeto social esportivo dentro da comunidade.

Na Baixada Santista a competição ocorreu em Santos, Guarujá, Praia Grande, São Vicente e Cubatão, com equipes formadas por jovens de 14 a 17 anos. Cada cidade realizou uma final.

“Aqui em Santos participaram 16 equipes, mais de 500 atletas; indiretamente atingiu mais de 1200 jovens. A Taça vem a cada ano se consolidando, crescendo, agregando, fomentando e promovendo a cultura de paz. Meu entendimento é que o esporte como ferramenta de inclusão é surreal. Vemos a mobilização que causa nas comunidades. É muito legal ver o esporte pavimentando um caminho sólido, oferecendo cidadania e oportunidades", destacou o presidente da Central Única das Favelas (Cufa) na Baixada Santista, Deraldo Silva.

FASE ESTADUAL

O time do Athiê vai enfrentar no sábado (12) o campeão de Campinas, no campo do Centro Esportivo Vila Manchester (São Paulo), pela fase estadual.  Os campeões de cada cidade do interior e do litoral vão disputar os jogos em São Paulo, das pré-oitavas, oitavas, quartas de final, semifinal e a grande final estadual. "Os campeões de cada estado também se enfrentarão em São Paulo e a previsão é que em novembro ocorra o Favelão 2025, a grande final, que é aquela festa transmitida ao vivo na TV", completou Deraldo.

Vitor José Lousada Júnior, representante do Grupo Santos Brasil, apoiador da Taça das Favelas, por meio do Programa Municipal de Incentivo Fiscal de Apoio ao Esporte (Promifae), destacou o impacto da parceria com a Cufa. “Entendemos que um projeto como esse consegue reverter para a sociedade, de uma forma palpável, a questão do desenvolvimento social; vamos para quatro anos de parceria com a Cufa Baixada Santista e esperamos continuar com essa parceria por muito tempo, pois tem tudo a ver com desenvolvimento socioambiental da região.

 

 

 

Esta iniciativa contempla o item 3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Saúde e Bem-Estar. Conheça os outros artigos dos ODS.