Filósofa Djamila Ribeiro conhece a Casa da Mulher em Santos
Filósofa, escritora, ativista, professora, reconhecida internacionalmente e santista. Djamila Ribeiro, uma das vozes mais ativas nas lutas contra o racismo e pela igualdade de gênero no Brasil e no mundo, visitou a Casa da Mulher (Avenida Rangel Pestana, 150 - Vila Mathias), segunda-feira (5), para conhecer o espaço destinado a todas as santistas.
Hoje morando em São Paulo, a escritora ainda não tinha visitado o local, inaugurado no ano passado, e aproveitou a filmagem de um documentário para aceitar o convite feito pela Secretaria da Mulher, Cidadania, Diversidade e Direitos Humanos (Semulher). "Eu fiquei muito feliz de conhecer este espaço, primeiro por ser santista, e também por saber que há um lugar que integra todos os serviços, mais um espaço importante para garantir não só o acolhimento, mas também o direito das mulheres".
Para a titular da Semulher, Nina Barbosa, a presença de Djamila é "um presente". "É uma referência para nossa Cidade, para nós, mulheres, pelo trabalho que ela faz em relação à igualde de gênero e principalmente no combate ao racismo. Ela leva o nome do país em todos os cantos do mundo como uma intelectual, uma ativista por causas que a gente discute todos os dias", destaca.
Representantes da Secretaria de Cultura (Secult) também apresentaram para a escritora ações da pasta, como o Festival Santos Arte Preta, realizado tradicionalmente em novembro, que reúne diversas atividades ligadas à cultura negra e terá a sua quarta edição neste ano.
SANTOS NO CORAÇÃO
Djamila se mudou de Santos em 2016, no entanto, ainda leva a Cidade para onde quer que vá. "A minha filha nasceu aqui, Santos é o meu lugar de pertencimento, não tem como negar a importância da Cidade na minha história. É a Cidade que eu carrego sempre no meu coração", declara.
Filha de estivador e empregada doméstica, caçula entre quatro irmãos, a filósofa passou parte de sua infância em meio à movimentada Avenida Afonso Pena, período em que frequentou o antigo Colégio Moderno dos Estivadores. Foi também na Cidade que ela começou a sua trajetória como ativista, após conhecer a ONG Casa de Cultura da Mulher Negra.
A guia turística Augusta França, de 66 anos, acompanhou a visita de Djamila na Casa da Mulher. Ela conhece a autora dos tempos em que ambas foram voluntárias, em Santos, do projeto Educafro, que oferece cursos de pré-vestibular de maneira comunitária a alunos carentes. Para ela, o convite da Semulher veio para somar às iniciativas da Cidade: "o olhar da Djamila é muito importante pro trabalho que está sendo realizado em Santos".
SOBRE A CASA DA MULHER
Reconhecida como centro de proteção, capacitação e acolhimento às mulheres, a Casa da Mulher (Avenida Rangel Pestana, 150) foi inaugurada em dezembro do ano passado como resultado de uma parceria entre a Prefeitura, o Governo do Estado e a sociedade civil. O novo espaço tem como objetivo oferecer apoio às munícipes, especialmente às vítimas de violência e em situação de vulnerabilidade. O local já sediou diversos cursos focados na área da beleza, oratória, padaria e empreendedorismo.
Esta iniciativa contempla o item 5 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: Igualdade de Gênero. Conheça os outros artigos dos ODS
Fotos: Francisco Arrais